A fazenda Perdizes da SLC Agrícola, localizada no município de Porto dos Gaúchos, assinou termo de compromisso com o Conserv, uma das primeiras iniciativas concretas de PSA no país, e vai ser remunerada por ter áreas preservadas voluntariamente nas propriedades. O projeto paga para quem tem o direito de desmatar, mas não desmata.
A propriedade preserva 1.358 hectares de maneira voluntária. Uma área que poderia ser suprimida legalmente para o cultivo agrícola, pois a fazenda perdizes já possui outros 26 mil hectares conservados.
Na Amazônia é necessário conservar 80% da área total da fazenda com vegetação nativa. E além de preservar o que determina a legislação, a fazenda do grupo SLC está conseguindo ir além e preservar excedentes da reserva legal.
“Quando nós compramos a Fazenda Perdizes há 10 anos atrás, a fazenda possuía uma área de reserva legal e uma área excedente que poderia ser desenvolvida. A decisão da SLC agrícola foi não desenvolver essa área porque é uma área com uma vegetação nativa bastante intensa e nós consideramos inadequado desenvolver essa área”, relata Aurélio Pavinato, CEO da SLC.
Com isso, a propriedade ingressou em um projeto de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) chamado Conserv e desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia, o Ipam. O projeto remunera os produtores rurais que têm áreas preservadas voluntariamente nas propriedades, ou seja, paga para quem tem o direito de desmatar, não desmata.
A iniciativa deve contribuir para manter em pé milhões de hectares de árvores. “Nós fizemos uma conta no Ipam e chegamos a conclusão de que aproximadamente 11 milhões de hectares, nós estamos falando aqui no equivalente a uma área de dois estados do Rio de Janeiro em território, que podem legalmente ser desmatados na Amazônia Legal, ou seja, no bioma Amazônia e mais alguns estados do cerrado que formam o bioma amazônico. Nós temos ainda uma enorme parcela de floresta que pode legalmente ser desmatada e hoje, infelizmente, nós não temos nenhum incentivo, nem público e nem privado no Brasil, para que isso não aconteça. Ou seja, é importante então se criarem incentivos e, como é que eu posso dizer, o contraponto, uma maneira de estimular o produtor a abrir mão desse direito. Uma maneira que nós encontramos no Ipam foi através de um incentivo financeiro. Então esse projeto Conserv é um mecanismo financeiro que remunera os produtores que têm o direito de desmatar, remunera por estas áreas que são legalmente desmatáveis para que haja a desistência desse direito de desmatar”, explica André Guimarães, que é diretor executivo do Ipam.
OConserv é uma das primeiras iniciativas concretas no país e vem sendo muito bem aceito pelos produtores rurais.
A iniciativa já conta com a participação de 16 propriedades rurais e a Fazenda Perdizes em Porto dos Gaúchos também assinou o termo de compromisso. A propriedade é a primeira localizada na Amazônia e também a que possui a maior área individual a aderir ao mecanismo. Com ela, o Conserv agora garante a proteção de 14.320 hectares de floresta pelos próximos três anos.
A SLC é uma das maiores empresas agropecuárias do Brasil e uma das maiores do mundo.
Fonte: Redação do Porto Noticias
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