O ministério da saúde da França alertou as agências internacionais sobre a descoberta de uma nova variante do coronavírus. A nova cepa foi identificada em oito pacientes em um centro hospitalar em Lannion. O que chamou atenção é que essa variante não é detectada por testes de PCR.
Entre 79 doentes testados no hospital, oito apresentavam resultados de PCR sucessivamente negativos para a covid-19, embora tivessem sintomas compatíveis com a doença, incluindo infecções pulmonares graves.
Segundo as autoridades, só foi possível saber que os casos eram de fato covid-19 por meio de sequenciamento genético e da coleta de matéria biológica nos pulmões, procedimento que é mais demorado e invasivo.
Agora, as autoridades do país iniciaram as investigações para determinar como esta variante reage à vacinação e aos anticorpos desenvolvidos durante infecções anteriores por covid-19. Em princípio, uma análise inicial não mostrou que essa nova variante seja mais séria ou transmissível do que outras.
“Está em curso uma avaliação para apurar o possível impacto dessas modificações genéticas na incapacidade de reconhecimento por testes virológicos, o que conduz a um subdiagnóstico e que poderá interferir na estratégia de rastreamento atualmente em vigor”, disse a Direção-Geral de Saúde da França, em comunicado.
A formação de novas variantes é um processo natural, pois os vírus evoluem com o tempo para sobreviver. Atualmente, apenas três variantes do novo coronavírus são consideradas de preocupação. Tratam-se das variantes britânica, sul-africana e brasileira.
Situação na França
A nova variante surge em um momento crítico da pandemia na França, diante do aumento de casos, com infecções diárias acima da marca de 20 mil. Desde o início da pandemia, a covid-19 já matou 91 mil pessoas no país.
Além disso, a vacinação na França encontrou um obstáculo nessa semana depois que as autoridades francesas se juntaram ao grupo de países que suspenderam temporariamente o uso da vacina de Oxford, em meio a preocupações sobre possíveis efeitos colaterais graves.
Nas últimas semanas, houve relatos de que algumas pessoas vacinadas com esse imunizante desenvolveram coágulos sanguíneos. Na terça-feira, 16, no entanto, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) informou que não há “nenhuma indicação” de que a vacina de Oxford /AstraZeneca tenha ligação com esse eventos.
Catraca Livre