O Governo de Mato Grosso deu inicio a uma série de operações integradas para intensificar o combate aos crimes ambientais, com foco na eliminação do desmatamento ilegal, com o lançamento da Operação Amazônia, nesta terça-feira (07), na Praça das Bandeiras, em Cuiabá.
O governador Mauro Mendes destacou que além de colocar quase 200 profissionais em campo no primeiro mês, diversas estratégias estão sendo montadas pelas secretarias de Meio Ambiente e Segurança Pública, com apoio de instituições parceiras.
“O Estado não mede esforços para combater os crimes ambientais. Nós queremos o desmatamento ilegal zero, de acordo com a lei brasileira. Não podemos permitir que ele ocorra de forma ilegal, prejudicando o meio ambiente e aquelas pessoas que produzem dentro da lei”, enfatizou.
No lançamento da operação, foram entregues 13 novos veículos 4×4 com guincho e quatro telefones via satélite, que permitem a comunicação em locais remotos onde não há antena para sinal telefônico e internet. Estas entregas são financiadas com recursos internacionais do Programa REM, na ordem de R$ 1,6 milhões para a locação dos veículos, pelo prazo de 12 meses, e de R$ 74 mil para os celulares via satélite.
A secretária de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, destacou a importância da integração entre os órgãos, do investimento de mais de R$ 180 milhões dos últimos quatro anos, e das novas entregas realizadas no lançamento que se soma à estrutura já existente.
“Quando falamos de ilícitos ambientais, tratamos de algo que promove impacto ambiental, mas também um impacto econômico e reputacional. O Estado aprimora a sua forma de agir para conseguir surpreender os infratores, investe em tecnologia, e tem dado todo o apoio para que os técnicos consigam executar a sua função em campo”, afirmou.
Durante a operação, serão fiscalizados alertas de desmatamento ilagal identificados por imagens de satélite de alta resolução. Com isso, o Estado age rápido e impede a continuidade do desmatamento ainda no início.
Conforme o secretário de Segurança Pública, César Roveri, uma nova base da Polícia Militar vai apoiar as ações de combate ao desmatamento.
“Fizemos uma parceria com o Ministério Público, com a Secretaria de Meio Ambiente e iremos construir uma base permanente na região Norte e Noroeste do Estado. Mesmo com essa base a ser entregue no futuro, já deflagramos essa operação hoje para reduzir os índices criminais”, observou o secretário.
Cerca de 33 equipes atuarão em 66 veículos, prioritariamente nos municípios que mais desmatam ilegalmente em Mato Grosso – o que representa 50% do corte raso de vegetação no ano de 2022. A atuação ocorre diretamente nos locais de alertas de desmatamento, o que possibilita frear a ação ainda no início. Crimes como garimpo ilegal, dematamento em áreas protegidas e extração de recursos florestais também serão autuados.
Estiveram presentes no lançamento a Comandante do Corpo de Bombeiros Militar em exercício, Luciana Bragança Brandão da Silva, o comandante do Ciopaer, delegada titular da Dema, Liliane Murata, o coordenador do Gaeco Ambiental, Gerson Barbosa, o comandante do Ciopaer, Ernesto Xavier de Lima Junior, e o comandante-geral da Polícia Militar, Alexandre Correa Mendes.
MONITORAMENTO – Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, que monitora a floresta por imagens de satélite desde 2008, divulgados em fevereiro passado, mostram Amazônia ainda segue sofrendo com um ritmo alto de desmatamento.
Apenas em janeiro deste ano, foram devastados 198 km², uma área semelhante à perda de quase 640 campos de futebol por dia de floresta.
Entre os nove estados que compõem a Amazônia Legal, a maior devastação foi registrada em Mato Grosso, que perdeu 85 km² de floresta em janeiro, área correspondente a 43% do total destruído na região.
Além disso, essa derrubada foi 16% superior do que a identificada no mesmo mês no estado em 2022, de 73 km².
No ranking dos municípios, cinco dos 10 que mais desmataram ficam em Mato Grosso: Porto dos Gaúchos (15 km²), Feliz Natal (13 km²), Tabaporã (12 km²), Paranatinga (7 km²) e Querência (6 km²).
Juntos, eles somaram 53 km² devastados, 62% do registrado no Estado.
“Devido à conversão da floresta para áreas de agropecuária, Mato Grosso vem ocupando há pelo menos 15 anos as primeiras posições no ranking de desmatamento na Amazônia, ao lado do Pará e do Amazonas. Por isso, é preciso que o estado intensifique o combate à derrubada ilegal e o incentivo ao aumento da produtividade, cumprindo com o Código Florestal”, explicou na ocasião Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.
Além de Mato Grosso, o desmatamento também aumentou em Roraima, que ocupou a segunda colocação entre os estados que mais derrubaram a floresta.
Em solo roraimense, a devastação passou de 19 km² em janeiro de 2022 para 41 km² em janeiro de 2023, uma alta de 116%.
Isso representou 21% de todo o desmate registrado no bioma no mesmo mês.
Redação/com Assessoria