O Movimento Brasil Livre (MBL) e o Movimento Vem Pra Rua, os dois grupos que lideraram as manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015, decidiram organizar um ato em conjunto contra o presidente Jair Bolsonaro. A data será divulgada em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, 8, na Câmara dos Deputados.
“Ficou claro que não tem como unificar com a esquerda. Veja o que houve com os manifestantes do PSDB? Queremos fazer manifestações contra o Bolsonaro, mas sem levantar a bandeira do Lula”, disse ao Estadão/Broadcast o coordenador nacional do MBL, Renato Battista.
No último sábado, manifestantes do PSDB foram agredidos por integrantes do PCO durante a manifestação contra Bolsonaro na Avenida Paulista.
Na semana passada, lideranças de direita, centro e esquerda protocolaram um superpedido de impeachment de Bolsonaro, mas não chegaram a um consenso sobre unificar as estratégias de mobilização. De acordo com o deputado federal e um dos líderes do MBL, Kim Kataguiri (DEM-SP), o objetivo é atrair ex-eleitores de Bolsonaro. “Para derrubar Bolsonaro, precisamos falar com o eleitorado dele que foi traído. O governo hoje se sustenta apenas por uma articulação frágil com o Centrão. Enquanto governo, é uma tragédia em todos os aspectos”.
Apesar da resistência do Centrão, os movimentos acreditam que a mobilização pelo impeachment está crescendo Para Celina Ferreira, do Vem Pra Rua, “a CPI vem trazendo à tona a negligência, a corrupção e outros crimes de Bolsonaro e não há por que esperar mais para pedir seu impeachment. Só superaremos a pandemia e a crise econômica com Bolsonaro fora do governo”.
MBL no PSL
O MBL deve participar de outro ato político para anunciar a filiação do deputado estadual Arthur do Val ao PSL – ele deve ser lançado pré-candidato ao governo paulista.
Além dele, devem ir para sigla o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e outras lideranças do grupo. Procurado, Arthur do Val disse que ainda não há definição quanto à pré-candidatura.
Em 2020, a maioria dos quadros do MBL participou das eleições pelo Patriotas, mas o partido se aproximou de Bolsonaro e ofereceu legenda para o presidente disputar à reeleição.
Estadão/Pedro Venceslau