Um homem de 36 anos foi preso em Unaí, Região Noroeste de Minas, suspeito de abusar sexualmente e assassinar a enteada, uma criança de 6 anos que sofria de autismo. Ela estava desaparecida desde a quinta-feira (13/5), e o corpo foi localizado na manhã deste domingo (16/5).
Os antecedentes criminais não são favoráveis ao investigado. De acordo com a Polícia Civil, em 2007 o homem já havia sido condenado por cometer os mesmos crimes contra a mãe dele. Enquanto cumpria a pena, aproveitou o benefício de saída temporária para forçar uma criança de 3 anos a fazer sexo oral nele.
O desaparecimento
Segundo a polícia, o próprio padrasto teria noticiado o desaparecimento da criança. Após levantamento de informações, equipes do Corpo de Bombeiros, polícias Civil e Militar iniciaram buscas em uma área de mata próxima à casa da criança.
Um chinelo da vítima foi encontrado e logo depois houve o apoio do Pelotão de Busca e Salvamento com Cães. Depois dos trabalhos do animal, foram identificados indícios em uma trilha em direção ao rio.
Na manhã deste domingo, uma equipe de mergulhadores da corporação encontrou o corpo da criança sobre as águas do Rio Preto, já sem vida.
As investigações
Os delegados que investigam o caso concederam coletiva de imprensa no início da noite deste domingo (16/5). O delegado regional em Unaí, João Henrique Furtado de Oliveira, explicou que o médico legista constatou que a criança foi brutalmente assassinada.
“Ela teve rompimento do hímen, esganadura no pescoço, fratura na mandíbula. Foi violentada, esganada, sofreu pressão no tórax. Realmente ela sofreu muito antes de morrer. Ela foi jogada no rio já morta, não apresentava sinais de afogamento”, esclareceu.
O homem foi preso em flagrante e negou os fatos. O que fez a polícia prendê-lo, além dos antecedentes criminais, foi a desconfiança e a frieza que ele demonstrou durante as buscas e o fato de testemunhas relatarem que a menina não se sentia à vontade em ficar sozinha com ele, como conta a delegada Liliam Rodrigues.
“O investigado se mostrou muito frio durante as investigações. Temos imagem dele deitado no pasto enquanto todos procuravam pela criança. Ele foi ouvido ontem e hoje novamente, e nega os fatos, sempre muito frio”, ressaltou.
A mãe da criança
Segundo a polícia, o padrasto aproveitou que a mãe da menina estava internada e cometeu o crime. A mãe da criança, com quem ele tinha um relacionamento há cerca de 6 anos, estava em uma maternidade para ganhar um filho dele, que nasceu no sábado (15/5).
Apesar de ainda não ter ouvido a mãe por questões de saúde, a polícia não acredita que ela tenha ciência dos atos, já que há informações de que ela está consternada com a situação. No entanto, a mulher ainda deve ser ouvida nos próximos dias.
“As investigações estão em fase inicial, a necropsia foi feita há pouco, não ouvimos testemunhas, não há indícios de outras pessoas na participação do crime”, afirmou a delegada.
Próximos passos
Liliam Rodrigues destacou que, num primeiro momento, o homem foi flagrado por homicídio por ainda não ter laudos que comprovam os outros crimes que podem ser caracterizados ao longo do inquérito.
Embora não divulgue a identidade do investigado, a polícia pede que a população ajude com mais informações.
“Fazemos um apelo a testemunhas que sabem de alguma informação que possa ajudar nas investigações para procurarem a Polícia Civil de Minas Gerais”, pede a delegada.
Estado de Minas