Home Curtinhas & Social Investigador da Policia Civil que adotou Porto dos Gaúchos para viver há 8 anos, fala da satisfação de morar no município.

Investigador da Policia Civil que adotou Porto dos Gaúchos para viver há 8 anos, fala da satisfação de morar no município.

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Joílson de Amorim Lino, investigador da Polícia Civil, completou recentemente oito anos de residência em Porto dos Gaúchos, município que escolheu para viver e atuar profissionalmente.

Desde sua chegada, Lino tem se destacado por seu desempenho exemplar na corporação e conquistado a confiança e simpatia da comunidade local, onde acumula inúmeras amizades.

Em entrevista para a coluna social do Porto Notícias, Joílson compartilhou sua satisfação em ter escolhido Porto dos Gaúchos como seu lar. Natural de Várzea Grande, tendo vivido a maior parte da vida entre VG e Cuiabá, a maior cidade do estado, Lino falou sobre a experiência de passar a viver em uma cidade do interior com pouco mais de 5 mil habitantes.

“Quando ingressei na Polícia Civil em 2016, Porto dos Gaúchos foi a primeira cidade que escolhi para trabalhar. Eu queria um lugar tranquilo, onde pudesse exercer minha profissão e também ter qualidade de vida. Aqui, encontrei exatamente isso. A comunidade é acolhedora, e o ritmo de vida é mais tranquilo comparado às grandes cidades como Cuiabá e Várzea Grande, onde cresci”, conta.

Graduado em Educação Física e pós-graduado em Gestão Integrada e Segurança Pública, Joílson de Amorim Lino representa um exemplo de dedicação e compromisso tanto com sua profissão quanto com a comunidade que escolheu para chamar de lar.

Acompanhe a entrevista na integra a seguir:

Porto Notícias: O que o fez escolher Porto dos Gaúchos como cidade para trabalhar e viver em 2016?

Joilson de Amorin Lino: Admito que antes do concurso da Policia Civil nunca tinha ouvido falar da cidade Porto dos Gaúchos, aí quando foi se aproximando do dia de escolher a cidade de lotação, que comecei a pesquisar, quais cidades da Regional Juína eram mais próximas de Cuiabá, e tinha acesso por asfalto, e vi que Porto diante das possibilidades era a melhor escolha possível.

PN: Como foi a experiência de sair de Cuiabá e sua Várzea Grande para vir trabalhar em Porto dos Gaúchos?

JL: Sempre que me perguntam como é viver e trabalhar em Porto, uma cidade pequena, pacata, no interior do estado há 650 km a capital, costumo dizer para meus amigos e familiares de Cuiabá e VG, que Porto foi a melhor escolha da minha vida. Só tenho motivos para agradecer todo acolhimento e ajuda das pessoas desde que cheguei a cidade, admito que inicio foi um pouco difícil me adaptar com realidade e o ritmo da cidade, mas com ajuda, várias amizades que foram sendo construídas ao longo do tempo, isso foi algo que foi sendo superado rapidamente. Porto é uma cidade maravilhosa, com belezas naturais, uma economia pujante, desenvolvimento econômico aliado, a melhoria social, bem estar e de infraestrutura, um povo acolhedor sem igual. Pra mim, é motivo de orgulho ter acompanhado o crescimento de Porto nesses últimos anos.

PN: Quais foram os principais desafios enfrentados ao longo desses oito anos em Porto dos Gaúchos?

JL: Minha vida sempre foi marcada por desafios e lutas, sempre fui muito resiliente diante dos problemas, morei e cresci em um dos bairros pobres e periféricos de Várzea Grande, enfrentei muitos obstáculos e desafios ao longo da vida, que se eu fosse contar aqui daria uma livro, mas que poucos sabem ou imaginam. Sabia desde início que vir trabalhar em Porto seria mais um desses desafios que a vida nos impõe, mas sempre encarei com muita coragem e determinação.

Acho que principal dificuldade enfrentada principalmente no início, foi a distância da família dos amigos, opções de lazer adaptação em nova realidade, novo ambiente. O trabalho policial em si já é bem difícil e desafiador, mas os amigos que fiz na cidade me ajudaram muito nesse processo.

PN: Em relação ao trabalho policial, o que mais marcou pra você ao longo desse período em Porto dos Gaúchos?

JL: Porto tem peculiaridade de ser uma cidade muito pacata, tranquila de pessoas ordeiras, assim como Novo Horizonte do Norte, cidade que também atuamos, e com um volume de ocorrências policiais baixo se comparado com outras cidades, mas tiveram algumas situações que demandaram um esforço maior e causaram maior comoção.

Dentre eles o caso da morte do jovem Matheus Riato, no ano de 2021, onde foi dada uma resposta rápida da Polícia Civil com a prisão do autor poucas horas após o ocorrido, e que posteriormente foi condenado no tribunal do júri. Outro caso também de repercussão foi a prisão de José Boldrin “Zé Padeiro” em 2017, depois de meses de investigação, que demandou um grande esforço de toda equipe, o acusado da Morte da jovem Francieli Costa ocorrida em fevereiro de 2014, e que estava 4 anos foragido da justiça, e que a população sempre esperou por uma resposta, mas infelizmente depois ele conseguiu um habeas corpus menos de 48 horas após sua prisão.

Um fato que marcou muito também, foi situação a qual fui chamado para atender a ocorrência de acidente com vítima fatal, e chegar ao local encontrei uma amiga pessoal no caso Kelin Santoni, que teve a vida ceifada de forma trágica em grave acidente em agosto de 2021.

PN: E hoje, quais são os principais desafios e dificuldades enfrentadas pela Polícia Civil de Porto dos Gaúchos atualmente?

JL:  A Delegacia de Polícia Civil de Porto dos Gaúchos atualmente vem passando por momentos mais delicados e difíceis, devido ao baixo efetivo de servidores, contando no momento com apenas três investigadores, sendo um em período de férias, e sem escrivão de polícia há três meses, gerando uma sobrecarga enorme de trabalho, onde apenas dois investigadores estão tendo que se desdobrar, para atender toda demanda de ocorrências de duas cidades, mas que mesmo apesar de toda dificuldade vem se esforçando diuturnamente, para atender a sociedade com o máximo de empenho.

PN: Quais seus planos para o futuro já que hoje é considerado por todos praticamente um cidadão Porto-gauchensse?

Eu sinceramente nunca imaginei que estaria em Porto dos Gaúchos oito anos depois, pois meu plano inicial era ficar por dois ou no máximo três anos de estágio probatório e depois voltar para Cuiabá ou Várzea Grande, mas os planos de Deus foram outros em minha vida, fui até convidado concorrer a vereador na cidade nesse atual pleito eleitoral, e sou muito grato por tudo que conquistei em Porto. Considero que cumpri minha etapa, e pretendo retornar para Cuiabá em breve, entendo que nesse momento minha mãe precisa de mim, mais que Porto, a vida é feita de ciclos, mas enquanto estiver aqui estarei trabalhando com máximo de empenho como sempre foi até hoje, e coloco o futuro nas mãos de Deus, sei que na hora dele as coisas vão acontecer.

PN: Para finalizar, gostaria deixar algum recado para população Porto-gauchensse?

JL: O recado que deixo é o sentimento de enorme gratidão, só tenho motivos para agradecer, pelos acolhimento que sempre recebi, o carinho e respeito das pessoas, acho que é esse é o legado que fica, de ser bem recebido nos lugares, de ser sempre lembrado, pelos objetivos alcançados, pelas amizades construídas em Porto e também em Juara, que certamente vou levar para toda vida.

Tenho plena certeza que diante das dificuldades enfrentadas sempre dei o meu melhor, me mantive fiel a minha ética, moral e convicções me colocando a disposição da população, para atender toda e qualquer situação que necessite de ajuda, orientação da Polícia Civil, independente do dia e hora, saibam que sempre poderão contar com delegacia de Polícia Civil de Porto dos Gaúchos.

Gostaria de encerrar essa entrevista deixando uma frase do padre Júlio Lancellotti que ao ser perguntado se havia chance de vencer sua luta pelos mais pobres respondeu: “Eu não luto para vencer. Sei que vou perder. Luto para ser fiel até o fim, sei que minha perspectiva é o fracasso, porque se eu não fracassar é porque eu aderi ao sistema”.

 

Por Roseno Barros

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