Na última terça-feira (2), o Instituto Centro de Vida (ICV) realizou uma análise de dados apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e divulgou que 73% dos mais de 2 mil km² desmatados na Amazônia e no Cerrado, em Mato Grosso, entre os anos de 2022 e 2023, ocorreram ilegalmente.
Desse levantamento, foi constatado 10 municípios com maior incidência de desmatamento ilegal no estado, sendo eles: Colniza, Nova Maringá, Nova Ubiratã, Juara, Marcelândia, Feliz Natal, Porto dos Gaúchos, Aripuanã, União do Sul e Peixoto de Azevedo.
O objetivo da análise, segundo o ICV é caracterizar o desmatamento, trazendo o histórico e sua relação com as cadeias produtivas, além de monitorar e consequentemente contribuir na diminuição/extinção das ilegalidades.
O instituto publicou sua análise no Portal de Inteligência Territorial, onde constam dois mapas do estado de Mato Grosso, com marcações dos desmatamentos que aconteceram no Cerrado e na Amazônia que chegaram a 2.506,2 Km² no período de agosto de 2022 a julho de 2023. Conforme os dados, 1.817,5 km2 desses desmatamentos não tinham autorização para serem realizados.
Conforme publicado, o instituto afirma que grande parte do desmatamento, cerca de 1.839,3 km² foram registrados em propriedades rurais que possuem o Cadastro Ambiental Rural (CAR), já 444,1 km² não possuem áreas cadastradas e 176,4 km² são de assentamentos.
Em comparação aos dados anteriores, houve uma queda de 14% dos desmatamentos ilegais e um aumento nas fiscalizações, entretanto, de acordo com o instituto, o número está longe do ideal e levanta um alerta vermelho diante da lentidão na responsabilização e traz uma sensação de impunidade para com os desmatadores ilegais.
Redação/Com Mídia Jur