Home Política Lula chama protesto de deputados portugueses de “papelão”

Lula chama protesto de deputados portugueses de “papelão”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “cena de ridículo” e “papelão” as manifestações contrárias à sua presença na Assembleia Nacional de Portugal nesta 3ª feira (25.abr.2023) no 49º aniversário da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura militar no país.

“Quem faz política está acostumado a isso. Eu acho que essas pessoas, quando voltarem para casa e deitarem a cabeça no travesseiro, vão falar: ‘que papelão nós fizemos’”, disse o presidente em fala a jornalistas depois de discursar no parlamento português.

Durante o pronunciamento do presidente brasileiro, parlamentares do partido português de direita Chega levantaram bandeiras da Ucrânia e cartazes com os dizeres “chega de corrupção” e “lugar de ladrão é na prisão”.

A manifestação foi reprimida pelo presidente do parlamento, Augusto Santos Silva: “Chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de pôr vergonha no nome de Portugal.”

Também em resposta às atitudes dos parlamentares, os demais presentes aplaudiram longamente Lula –o que se repetiu durante toda a fala do presidente.

Na manhã desta 3ª feira (25.abr), Lula seguiu para Madri, na Espanha. Lá, deve se reunir com representantes de centrais sindicais e participar do Encontro Empresarial Espanha-Brasil.

Na 4ª feira (26.abr), tem encontro previsto com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, quando devem ser fechados acordos bilaterais. O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia também deve ser discutido.

Depois, o chefe do Executivo brasileiro tem almoço marcado com o rei Filipe 6º. Ele embarca de volta ao Brasil na noite de 4ª feira (26.abr).

CONTROVÉRSIA
Uma das controvérsias envolvendo o discurso de Lula no parlamento é relacionada à data escolhida. Outra, diz respeito às declarações de Lula sobre a guerra na Ucrânia.

O chefe do Executivo disse em 15 de abril ser “preciso que os EUA parem de incentivar a guerra” e “que a União Europeia comece a falar em paz”. Também falou que o conflito entre Rússia e Ucrânia é culpa dos 2 países.

Desde que chegou a Portugal, porém, Lula mudou o tom. No sábado (22.abr), assinou uma declaração conjunta com o primeiro-ministro português, António Costa, repudiando “a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia”.

O convite para falar na Assembleia da República foi feito em 23 de fevereiro pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, em visita a Brasília. A princípio, o chanceler português anunciou que Lula discursaria durante a sessão solene em homenagem à Revolução dos Cravos na Assembleia.

Todos os anos, os portugueses marcham pelas ruas segurando cravos vermelhos e entoando os versos da música “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso.

Por volta da meia-noite de 25 de abril de 1974, a canção tocou em uma estação de rádio de Portugal. Era a senha para indicar que a operação planejada para acabar com a ditadura salazarista estava em marcha.

Os integrantes do MFA (Movimento das Forças Armadas) se deslocaram para locais estratégicos para retomar o controle do país. Os portugueses deram cravos aos soldados. As flores foram colocadas na ponta dos fuzis e usadas para nomear o levante, que foi realizado quase sem derramamento de sangue.

Parlamentares portugueses, no entanto, afirmaram que o Executivo estava desrespeitando a autonomia do Poder Legislativo ao decidir quem pode discursar na Assembleia. Para resolver a questão, foi criada uma sessão especial para o presidente brasileiro antes da solenidade do 25 de Abril. O discurso de Lula foi marcado para às 10h de Lisboa (6h em Brasília) e a sessão solene, para as 11h30 no horário local.

Durante a cerimônia desta 3ª feira (25.abr), Lula usou um cravo vermelho em seu terno. “O cravo vermelho simboliza a nossa liberdade e a forma pacífica com que alcançamos essa liberdade”, disse o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, na abertura da solenidade, acrescentando que a busca pela liberdade une Brasil e Portugal.

Santos Silva citou a guerra na Ucrânia e disse que brasileiros e portugueses expressam visão semelhante sobre o conflito. Falou ser urgente deixar as armas de lado e partir para o diálogo. Disse que cabe à Rússia, o invasor, se retirar do território ucraniano para colocar fim à guerra.

Poder 360

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