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Lula desembarca na China para fechar acordos bilaterais

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou nesta 4ª feira (12.abr) às 11h33 (horário de Brasília) em Xangai e às 11h53 no hotel em que ficará. No dia seguinte, 5ª feira (13.abr), o chefe do Executivo vai acompanhar a cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como presidente do NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), o banco dos Brics.

Na 6ª feira (14.abr), Lula tem um encontro marcado com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim.

No retorno ao Brasil, o petista fará uma conexão nos Emirados Árabes. Deverá dormir por lá e chegar ao Brasil no domingo (16.abr).

Devem integrar a comitiva de Lula:

Fernando Haddad, ministro da Fazenda;
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal;
Fausto Pinato (PP-SP), presidente da Frente Parlamentar Brasil/China;
Zeca Dirceu (PT-PR), líder do PT na Câmara dos Deputados;
Heitor Schuch (PSB-RS), presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços;
Renan Calheiros (MDB-AL), presidente da Comissão Relações Exteriores;
Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos;
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do Governo no Congresso;
José Guimarães (PT-CE), líder do Governo na Câmara.
Assim como Pacheco, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também foi convidado, mas só o chefe da Casa Alta acompanha Lula, ao lado de outros congressistas, na viagem à China.

Lira não foi por recomendação médica, depois que foi submetido a uma cirurgia. No Brasil, ele deve se concentrar na análise da nova regra fiscal e na tramitação das medidas provisórias. Haddad prometeu enviar o projeto do novo teto de gastos ao Congresso nesta semana.

Inicialmente, Lula iria à China de 26 a 31 de março. No entanto, o presidente foi diagnosticado com uma broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A, e adiou o compromisso.

A viagem é considerada a mais importante do 1º ano do 3º mandato de Lula. Isto porque a China é o principal parceiro comercial do Brasil. São esperados anúncios de 15 a 20 acordos econômicos e tecnológicos. Na área tecnológica, um dos focos é ampliar o 5G e a parceria no lançamento de satélites.

Na economia, a expectativa é por uma maior abertura do mercado para produtos do agronegócio brasileiro e ampliação dos investimentos chineses em infraestrutura no país.

A viagem deve ter resultados mais palpáveis que a dos EUA, realizada em fevereiro. Lá, o foco era o meio ambiente e a defesa da democracia.

ACORDOS QUE DEVEM SER ASSINADOS
Ao menos 20 acordos e memorandos de intenção devem ser assinados entre Brasil e China –a maior parte na área comercial. Os acordos entre empresas privadas foram divulgados durante o Seminário Econômico Brasil-China, realizado em 29 de março, em Pequim. Dentre os acordos devem estar:

satélites – Brasil e China querem reativar a parceria aeroespacial com o lançamento do CBERS-6, satélite capaz de monitorar florestas mesmo com a grande presença de nuvens. O aparelho permitirá um melhor monitoramento das áreas desmatadas e com presença de garimpo ilegal, principalmente no território amazônico. O programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) foi assinado em 1988 entre os 2 países. Deu origem a 6 satélites –o 1º deles lançado em 1999. O novo equipamento é uma aposta do Brasil para ampliar sua agenda climática. A proporção de investimento de cada país no desenvolvimento do satélite ainda será negociada;
comércio bilateral de créditos de carbono – o Brasil é um dos países com maior potencial de produção de créditos de carbono pela presença da floresta amazônica em seu território e matrizes limpas para produção de energia. Já a China é um dos países mais poluidores, respondendo por quase ¼ das emissões mundiais. Isso porque sua geração de energia depende do uso do carvão e de derivados de petróleo, além da presença de grandes indústrias. Um acordo neste sentido daria à China espaço para alterar sua matriz de produção de forma mais gradual sem sofrer sanções internacionais. De acordo com o presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Jorge Viana, um acordo neste sentido deve criar “o maior mercado de carbono do mundo”;
fundo verde – o mecanismo terá como foco investimentos em projetos de tecnologia sustentáveis, especialmente em energia renovável nos 2 países. A discussão sobre o assunto começou há alguns meses e pode avançar com a presença da comitiva brasileira em Pequim. Ainda assim, o anúncio formal da criação do mecanismo não deve ser feito durante a visita presidencial. O fundo deverá ter aportes públicos e privados;
acordo com a Embraer – a empresa brasileira está prestes a concluir a negociação da venda de 20 aeronaves para a China e a instalação de uma área de montagem no país. Os jatos comerciais serão do modelo E195-E2. A companhia não informou ainda o valor da transação;
transações comerciais sem dólar – as transações comerciais entre os 2 países poderão estar desatreladas ao dólar. A China autorizou a subsidiária brasileira do ICBC (Industrial and Commercial Bank of China, ou Banco Industrial e Comercial da China, em português) a fazer a compensação direta de yuans para real. O estabelecimento de um banco intermediário para fazer compensações, atuando como “clearing house”, é necessário para que seja possível realizar operações comerciais e financeiras diretamente entre duas moedas. Desta forma, não será preciso usar o dólar norte-americano nas operações. Em 2013, o yuan se tornou a 2ª moeda mais utilizada no mundo, atrás só do dólar norte-americano.

Poder 360

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