O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) estão apostando no ex-ministro Blairo Maggi e no ex-deputado federal Nilson Leitão para conquistar votos do setor do agronegócio em Mato Grosso e no país, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
No entanto, o setor está muito fortemente alinhado com o presidente de Jair Bolsonaro (PL) e não deve ceder ao petista mesmo com Alckmin na chapa.
Assim, a estratégia da chapa Lula-Alckmin é explorar a ligação do Lula com Blairo, que já foi ministro da Agricultura no mandato da ex-presidente Dilma Rousseff e é um dos maiores produtores de soja do mundo, enquanto Alckmin se aproxima de Leitão.
Leitão atualmente é presidente do Instituto Pensar Agropecuária, consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e ocupa um dos cargos de direção no PSDB, sigla na qual Alckmin foi filiado antes de sair para o PSB.
O senador mato-grossense Wellington Fagundes, líder do PL no Senado, pré-candidato à reeleição e que também foi ouvido pela Folha, aponta também que Lula e Alckmin já trocaram farpas e acusações. “Como confiar numa relação dessa?”, questionou.
A reportagem cita que, apesar da pressão dos países internacionais quanto à questão ambiental, a bancada ruralista foi atendida com uma série de medidas adotadas no mandato de Bolsonaro e cita o aumento da oferta de crédito rural.
Para fidelizar o eleitorado do agronegócio, Bolsonaro promete aumentar o crédito para as próximas safras, como aponta a reportagem.
“O Ministério da Agricultura e ministros do Palácio do Planalto tentam emplacar um plano Safra 2022/23, a ser anunciado neste mês, de R$ 330 bilhões –o impacto disso no Orçamento federal ficaria em torno de R$ 22 bilhões, usados para equalização de juros. No Plano Safra anterior, esses valores foram de R$ 251 bilhões e R$ 13 bilhões”, destaca.
Cita ainda que o setor vive a situação de benesse por conta da alta do dólar na venda de commodities agrícolas e que isso tem se revertido também em aumento de receita para o Governo Federal.
“Neste ano, por exemplo, as exportações do agronegócio atingiram o patamar recorde de US$ 14,53 bilhões para meses de março”, diz.
Ouvido pela Folha, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária na Câmara dos Deputados, o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), diz que o agronegócio “nunca teve tanto dinheiro”.
Nesse sentido, líderes do agronegócio descartam o apoio do setor a Lula e a Alckmin, mesmo com promessas para o segmento.