Na semana em que o cerco da Justiça e da PF se fechou cada vez sobre seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou de um culto em Brasília, onde chorou e falou em perseguição e injustiça.
Acompanhada do marido, ela subiu ao altar da igreja na quinta-feira (7) para orar coberta com a bandeira do Brasil nas costas.
“Primeira vez que eu olhei a bandeira do Brasil cair no chão, porque é tão vivo, é tão forte. Mas, amados, a gente não pode perder a esperança. Nossa esperança está em Cristo Jesus. Eles vão nos atacar. O Senhor não nos prometeu que seria fácil. O Senhor falou que nós seríamos perseguidos. Todos aqueles que tivessem Cristo como o Senhor salvador seriam perseguidos. E nós estamos sendo perseguidos e injustiçados, mas eu sei em quem eu tenho crido“, disse, em lágrimas, a ex-primeira-dama.
Esse discurso da perseguição tem sido disseminado nas redes sociais pelo bolsonarismo.
Neste sábado (9), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, homologou acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com a Polícia Federal.
Logo, os bolsonaristas vão “chorar” nas redes sociais, alegando que esse acordo é uma “perseguição” ao ex-presidente.
A revista Veja lembrou que Cid foi uma testemunha ocular da aventura bolsonarista no poder, e “estava presente em diferentes momentos da vida de Jair Bolsonaro, da mulher dele, Michelle, e de figuras importantes do governo que terminou em 31 de dezembro de 2022”.
“Cid testemunhou reuniões, recebeu recados sigilosos e inconfessáveis de bolsonaristas poderosos que procuravam o presidente com os mais variados e mirabolantes planos, movimentou dinheiro da Presidência fora dos canais tradicionais — os saques no cartão corporativo, por exemplo, são investigados por potencial desvio — e fez do seu celular um rico arquivo dos planos golpistas que gravitaram nas mentes do Planalto no fim do mandato do capitão”, escreveu a publicação.
Diário de Cuiabá