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O que se sabe sobre a usina nuclear que China e Rússia pretendem construir na Lua

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A China e a Russia assinaram na última semana um memorando de cooperação para construir uma usina nuclear na Lua, com o objetivo de fornecer energia à ILRS (Estação Internacional de Pesquisa Lunar), uma base científica planejada para o polo sul lunar.

O projeto, que envolve a agência espacial russa Roscosmos e a CNSA (Administração Espacial Nacional da China), prevê a operação da usina até 2036, de acordo com o jornal South China Morning Post.

A ILRS, que ainda não tem data para ser inaugurada, será uma base permanente para pesquisas espaciais e testes de tecnologias para operações autônomas de longo prazo, com missões tripuladas de curta duração.

Além de China e Rússia, a estação tem envolvimento de outros 11 países: Paquistão, Venezuela, Belarus, Azerbaijão, África do Sul, Egito, Nicarágua, Tailândia, Sérvia, Senegal e Cazaquistão.

A China planeja expandir o projeto, convidando 50 países, 500 instituições de pesquisa e 5.000 pesquisadores estrangeiros, disse Wu Weiren, projetista-chefe do programa lunar chinês, em uma entrevista em 2024.

Importância da usina

A usina nuclear será essencial para superar os desafios energéticos da Lua, onde cada dia e noite duram cerca de 14 dias terrestres, e áreas de sombra permanente dificultam o uso de painéis solares, segundo o South China Morning Post.

A Roscosmos disse que o reator será uma contribuição crucial para sustentar a presença humana na Lua, com capacidade estimada de 40 quilowatts, suficiente para abastecer o equivalente a 33 residências norte-americanas, de acordo com a Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.

O projeto ILRS é visto como um concorrente do programa Artemis, liderado pelos norte-americanos, que planejam construir a estação espacial lunar Gateway a partir de 2027, com a participação de 55 países, incluindo a ESA (Agência Espacial Europeia).

Os EUA também desenvolvem uma usina nuclear lunar, mas um estudo da Corporação Nuclear Nacional da China apontou possíveis ineficiências no reator norte-americano, como menor eficiência de combustível e vida útil reduzida devido ao “inchaço” do combustível. O reator chinês, inspirado em um projeto soviético, busca superar essas limitações.

A China, que desde 2013 envia veículos não tripulados à Lua, alcançou um marco em junho de 2024 ao coletar rochas do “lado escuro” do satélite, um feito descrito pela agência estatal chinesa Xinhua como “sem precedentes”.

A missão Chang’e-8, prevista para 2028, instalará as primeiras peças da ILRS e marcará a tentativa chinesa de cumprir a promessa de pousar um astronauta na Lua até 2030.

Do R7

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