A aplicação de inteligência artificial (IA) na agropecuária brasileira está revolucionando o setor, promovendo a otimização da produção e a redução de custos operacionais. “Essa tecnologia, que vai desde o uso de drones até sistemas de monitoramento e análise de dados, está transformando como agricultores e pecuaristas gerenciam suas atividades diárias”, explica Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX.
Nos últimos anos, a inteligência artificial tem ganhado espaço significativo na agropecuária brasileira, impulsionada pela necessidade de aumentar a eficiência e a sustentabilidade das operações agrícolas.
A utilização de drones para monitoramento de plantações, por exemplo, permite uma análise detalhada e em tempo real das condições do solo, detectando pragas e doenças precocemente.
Esses equipamentos sobrevoam as áreas cultivadas e captam imagens que são processadas por sistemas de IA, gerando relatórios precisos sobre a saúde das plantações.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o uso de drones e sensores nas plantações pode aumentar a produtividade em até 30%, ao mesmo tempo em que reduz o uso de insumos agrícolas em até 20%.
Para Carlos César Floriano, “Isso representa uma economia significativa para os produtores e um impacto ambiental positivo, com a diminuição do uso de pesticidas e fertilizantes”, esclarece.
Além dos drones, sensores de solo e clima estão sendo amplamente adotados. Esses dispositivos coletam dados ambientais que são analisados por algoritmos de IA, ajudando os agricultores a tomar decisões acertadas sobre irrigação, fertilização e controle de pragas, não só aumentando a produtividade, mas também, contribui para a sustentabilidade, reduzindo o uso excessivo de água e agrotóxicos.
O uso de robôs na colheita também está ganhando espaço, especialmente em culturas como a de frutas e hortaliças, onde a mão de obra manual é intensiva.
Esses robôs são equipados com câmeras e sensores que identificam frutas maduras e fazem a colheita de maneira precisa e eficiente, reduzindo perdas e danos aos produtos.
Carlos César Floriano: benefícios econômicos e sustentáveis
A implementação da inteligência artificial na agropecuária traz inúmeros benefícios econômicos.
A otimização do uso de insumos agrícolas, como fertilizantes e pesticidas, resulta em redução de custos operacionais.
A precisão no monitoramento e controle das lavouras permite um aumento significativo na produtividade, o que se traduz em maiores rendimentos para os produtores.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agropecuária representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e emprega mais de 15 milhões de pessoas.
Do ponto de vista ambiental, a IA também desempenha um papel importante. A aplicação correta de insumos agrícolas minimiza o impacto ambiental, reduzindo a contaminação do solo e dos recursos hídricos.
“A capacidade de monitorar e prever mudanças climáticas ajuda os agricultores a se prepararem melhor para eventos extremos”, pontua Carlos César Floriano.
Apesar dos avanços significativos, a adoção da inteligência artificial na agropecuária brasileira ainda enfrenta desafios.
A falta de infraestrutura tecnológica em áreas rurais é um obstáculo importante. Muitos agricultores, especialmente os de pequeno e médio porte, ainda não têm acesso àinternet de alta velocidade, o que limita o uso de tecnologias avançadas.
Outro desafio é a necessidade de capacitação. O uso de sistemas de IA requer conhecimentos técnicos específicos, e muitos agricultores ainda não estão familiarizados com essas ferramentas.
Programas de treinamento e educação são essenciais para garantir que os produtores possam aproveitar plenamente os benefícios dessas tecnologias.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), iniciativas de capacitação e treinamento têm sido fundamentais para a integração de novas tecnologias no campo.
“A questão do custo também é um fator a ser considerado. Embora a IA possa gerar economias significativas a longo prazo, o investimento inicial em equipamentos e sistemas pode ser elevado”, diz Carlos César Floriano.
Fonte: VMX Agro