Depois de receber mensagens de morte por alugar o salão Paróquia São José Operário para um evento pró Lula em Rondonópolis ( a 216 km de Cuiabá), o Padre Volnei Weber registrou boletim de ocorrência por ameaça e revelou à imprensa que está com medo de exercer suas funções religiosas na igreja. A ocorrência foi registrada nesta quarta (26), após comunicação de suspensão do contrato com o prefeito.
Narra o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil que os fiéis da unidade começaram a ligar na secretaria da Paróquia questionando a realização do evento, em alusão ao aniversário do presidenciável petista, que aconteceria nesta quinta (27), e ofendendo o padre.
Em paralelo, o sacerdote recebia diversas ameaças via aplicativo WhatsApp com mensagens dizendo: “Tinha que matar um padre desse”; “Esse padre deveria ser expulso da cidade”; “Esse padre deveria ser linchado em praça pública”.
Nesta quarta, o bispo Dom Maurício da Silva Jardim, em nome da Diocese de Rondonópolis, publicou uma nota informando que o evento foi cancelado. Em comunicado, ele pediu que os fiéis colaborassem com o diálogo e comunhão dentro da igreja.
“Intolerantes”
Em áudio ao qual o RD News teve acesso, o padre criticou o extremismo vivido nas eleições deste ano e classificou a atitude dos católicos ligados à Paróquia como “sem cabimento”.
Em entrevista ao Primeira Página, o Padre Volnei Weber informou que se afastará das suas funções religiosas até o final das eleições. Ele teme que as pessoas que o ameaçaram vão até a missa do domingo (30) e atentem contra ele. Por isso, resolveu esperar o resultado do segundo turno longe da paróquia.
Emocionado, ele revelou que ficou muito mal e entristecido “São pessoas intolerantes, terça-feira [25] fiquei muito mal. Abala, não tem como não abalar psicologicamente. A gente não é um ser divino que aceita tudo. Fiquei muito triste, porque algumas pessoas que fizeram comentários eu sei quem são”, afirmou o líder religioso.
Beatriz Passos e Bárbara Sá/RD News