A partir de amanhã (1º), fica proibida qualquer atividade de limpeza de pastagem com o uso do fogo nas áreas rurais, em Mato Grosso. A medida consta em decreto nº 938/2021 publicado pelo Governo do Estado no Diário Oficial (DOE) em maio passado e segue até 30 de outubro deste. Na zona urbana, as queimadas são proibidas o ano todo.
A proibição é uma forma de evitar as ocorrências de focos de calor em razão da alta probabilidade de ocorrência de incêndios florestais diante dos baixos índices de chuvas. “O monitoramento do Estado de Mato Grosso tem demonstrado historicamente um aumento significativo dos focos de calor a partir do mês de maio, e ainda, devido a maior parte de seu território apresentar a pluviosidade abaixo da média histórica, o que pode implicar no aumento ainda maior do número de focos de calor e baixos valores de umidade relativa do ar, fatores estes que aumentam o risco de fogo”, traz um trecho do documento.
De janeiro até esta última terça-feira (29), Mato Grosso contabilizava 5.306 focos de calor, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. A quantidade representa uma queda de 19% se comparado ao mesmo período de 2020, quando foram registrados 6.559 incêndios. Porém, o Estado lidera o ranking nacional de focos a frente do Tocantins (2.131) e do Maranhão (1.829).
Além da proibição, o Estado conta com um investimento da ordem de R$ 73 milhões na prevenção e combate aos incêndios e desmatamento ilegais ao longo de 2021. Também investiu R$ 2,6 milhões e inaugurou uma unidade estratégica do Corpo de Bombeiros em Poconé (104 km de Cuiabá), para atuar na resposta rápida aos incêndios no Pantanal, bioma que teve 30% do território destruído pelo fogo no ano passado.
No final de 2020, foram investidos em recursos próprios R$ 3,5 milhões para aquisição de materiais e equipamentos para ações de combate aos incêndios, já preparando equipes para a estiagem de 2021. Contudo, o Governo também espera contar com a sociedade para respeitar o período proibitivo e evitar os incêndios, e continuará fiscalizando e agindo dentro da política de tolerância zero com os ilícitos ambientais.
O decreto prevê ainda estado de emergência ambiental no Estado entre os meses de maio a novembro deste ano. Com isso, possibilitou a contratação emergencial e imediata de 100 brigadistas temporários para auxiliar as forças de segurança no combate aos incêndios florestais. As ações são coordenadas pelo Comitê Estadual de Gestão do Fogo (CEGF).
Diário de Cuiabá