Tatiane Maria Ebert concilia sua atividade como produtora rural com momentos de diversão em família. A criação de peixes sempre foi o objetivo para a represa da propriedade localizada em Porto dos Gaúchos, que antes era usada apenas para lazer. Após muito planejamento e dedicação, o sonho se tornou realidade em 2018.
“Estava bastante desanimada em continuar a criar os peixes, devido às nossas dificuldades. Não tínhamos muita experiência e achávamos que bastava colocar água para que os peixes sobrevivessem. Por falta de ajuda técnica, a mortalidade dos peixes era muito alta devido à baixa qualidade da água”, relata Tatiane.
Apesar dos desafios ao longo do caminho, a piscicultura não desistiu. Através da Assistência Técnica e Gerencial do Senar-MT foi possível recomeçar e fazer o negócio prosperar.
A ATeG surgiu para ajudar produtoras como Tatiane, que necessitam de conhecimento para aumentar a produção e torná-la rentável. Em 2022, ela começou a ser assistida pela mestra em aquicultura e técnica de campo credenciada, Larissa Dorce, e desde então começou a notar uma diferença significativa.
Larissa explica que para resolver os problemas de mortalidade dos peixes, foi necessário realizar o monitoramento do pH da água da represa. “As flutuações drásticas do pH da água estão diretamente relacionadas ao desempenho dos animais, afetando seu bem-estar, reduzindo sua imunidade e aumentando a suscetibilidade a bacterioses e fungos. Também influenciam nas taxas de reprodução e no crescimento dos peixes”, detalha a técnica de campo.
O monitoramento semanal ajudou Tatiane a identificar quais produtos utilizar na água para corrigir os problemas e aumentar a produção. Dessa forma, foi possível gerenciar melhor a área, aumentar a quantidade de água e otimizar o uso dos tanques.
Além disso, a produtora conseguiu tornar a propriedade mais sustentável, com técnicas de conservação que garantem um fluxo constante de água para os tanques, proveniente das nascentes da fazenda, além de adubar a água tornando mais nutritiva para os peixes.
“Até algum tempo, demorava dois anos para produzir um pintado de 1,8 kg, enfrentando muitas dificuldades. Mas na última despesca, conseguimos atingir esse peso em menos de 11 meses”, relata Tatiane.
O sucesso na produção fez a piscicultura buscar mais capacitação e o Senar-MT era o caminho perfeito para isso acontecer. Um dos cursos que a Tatiane realizou foi Beneficiamento de Embutidos e Defumados em Carne de Peixe e Piscicultura Avançada. “Os cursos foram muito úteis e a aplicação prática com as visitas da técnica de campo realmente faz a diferença. Isso nos permite aprender ainda mais”, acrescenta Tatiane.
A técnica de campo menciona que nos primeiros dois anos, Tatiane conseguiu vender 3 toneladas de peixe. Se antes a desmotivação era a dificuldade de aumentar a produção, hoje é preciso muito esforço para atender a demanda aquecida pelos pescados.
“Estou vivendo meu momento de maior felicidade, pois finalmente estamos vendo lucro após tantos anos de desafios. Posso dizer que o Senar me trouxe ajuda e me fez sorrir novamente. E saber que eu levo alimento para a mesa das pessoas é muito gratificante”, conclui a produtora.
Todas as ações da ATeG nas propriedades rurais são desenvolvidas em parceria com os 94 sindicatos distribuídos em Mato Grosso atuando em mais 12 cadeias produtivas. Além da Piscicultura, são elas: Agroindústria, Apicultura, Avicultura, Bovinocultura de Corte e de Leite, Cafeicultura, Floricultura, Fruticultura, Grãos, Olericultura, Ovinocaprinocultura de Corte e Cacauicultura. Os interessados em Porto dos Gaúchos, devem entrar em contato com o Sindicato Rural – Sindporto.
Fonte: Redação/ com Senar-MT