O diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, garante que o bolsonarista de 54 anos, preso na noite deste sábado (24/12), quase cometeu “uma tragédia jamais vista na capital do país”. O homem tentou explodir uma bomba na área do Aeroporto de Brasília, “com objetivo de chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro”.
O bolsonarista é um empresário do Pará que veio para Brasília para participar dos atos na porta do Quartel General do Exército. Ele foi preso por investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) na noite deste sábado, no apartamento onde mora no Sudoeste. Junto dele, segundo a PCDF, foram apreendidos um fuzil, duas espingardas, revolveres, mais de 1 mil munições e artefatos explosivos.
“Se esse material adentrasse o Aeroporto de Brasília, próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia aqui dentro de Brasília, jamais vista, seria motivo de vários noticiários internacionais, mas nós conseguimos interceptar”, disse o diretor-geral da PCDF, Robson Cândido.
O empresário fazia parte do grupo de bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército. Em depoimento, o homem admitiu a motivação política do crime. “Ele não afirmou se tinha objetivo de fazer algo durante a posse presidencial na próxima semana, mas confirmou que a intenção era causar um tumulto aqui em Brasília”, ressaltou Robson.
“Ele confessou que tinha intenção de cometer um crime no Aeroporto, com objetivo de chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro, que eles estão empenhado no QG”, disse Robson Cândido.
Segundo a PCDF, o criminoso tem registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). Questionado, o delegado Robson Cândido explicou que ele tem a licença, porém tudo que foi apreendido, está fora das normas.
“Ele é CAC, porém tudo que encontramos está fora das normas. Sendo assim, ele será autuado por porte, posse ilegal de armas de fogo, munição e artefatos explosivos e por crime contra o Estado democrático de direito”, revelou o diretor geral.
Pelo Twitter, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, comunicou a prisão do suspeito. “Cumprimentos a Polícia Civil do DF pela prisão e apreensões efetuadas nesta noite, com aparente ligação com o artefao explosivo desta manhã. Fotos mostram o terrível efeito do extremismo no Brasil. Que todos rezemos nesta noite por PAZ”, disse.
Entenda a história
Na tarde deste sábado, o Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) conseguiu desativar um artefato explosivo encontrado próximo ao Aeroporto de Brasília, por volta de 13h20.
O material explosivo foi encontrado dentro de uma caixa por funcionários da Inframérica por volta de 7h45, após um caminhão ter deixado a caixa na via pública, ainda pela madrugada. Os funcionários interditaram parte da pista com cones, e esperaram os policiais militares chegarem.
Com a PMDF no local, uma das pistas sentido ao Aeroporto de Brasília foi interditada. O procedimento para a remoção do objeto, que são duas bananas de dinamite ligadas a um fio, iniciou por volta de 11h55 pelo Esquadrão de Bombas da corporação. Às 13h20, o grupo desativou a bomba, e deixou o local logo após, seguido do CBMDF e da PF. Policiais civis ficaram por lá para a realização da perícia.
“No local, realizou-se a desativação do artefato explosivo. O material apreendido foi entregue de forma segura à perícia da PCDF”, detalhou a PMDF, em nota.
Pelo Twitter, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que está acompanhando a operação sobre a suposta bomba encontrada próximo ao aeroporto. O ex-governador do Maranhão está em viagem para São Luís (MA), onde passará o Natal ao lado da família. “Estamos acompanhando as apurações sobre o suposto artefato explosivo encontrado em Brasília na manhã deste sábado. Teremos informações oficiais em breve”, disse o ministro.
Caso suspeito na Asa Sul
Na sexta-feira (23/12) — antevéspera de Natal —, as equipes da Polícia Militar (PMDF) atenderam uma ocorrência de suspeita de bomba na 216 Sul. Após duas horas e meia de investigações, a corporação concluiu que não existia um artefato explosivo na mochila do suspeito — um homem de aproximadamente 30 anos — que estava em um ônibus.
De acordo com a coordenação das investigações, nenhum artefato ou substância ilícita foi encontrada na mochila. “O suspeito foi liberado e vamos desocupar as vias. Após a apuração do BOPE, concluímos que não havia bomba”, ressaltou o major Newton.
Por volta das 14h30, os militares foram acionados por uma passageira do transporte público, que tinha como destino a Rodoviária do Plano Piloto, pois a vítima escutou que um homem carregava uma bomba em seus pertences.
Imediatamente, o ônibus da empresa Pioneira começou a ser monitorado, e no fim do Eixo Sul, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Esquadrão Antibombas da PM pararam o veículo e iniciaram a Operação Petardo. De acordo com apuração do Correio, tudo iniciou após uma passageira ouvir a conversa do homem, e suspeitou que ele estava portando uma bomba.
Correio Braziliense