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Por religião e questões politicas, 780 mil não vacinaram em MT

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Quase 780 mil pessoas ainda não tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 em Mato Grosso. Medo, insegurança, dúvidas, falta de esclarecimentos de laboratórios, religião e até mesmo questões políticas são alguns dos motivos que levam esse grupo a optar por não se imunizar. A população vacinável, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), é de mais de 3,3 milhões de pessoas, das quais apenas 2,5 milhões iniciaram o ciclo vacinal. Apesar de resistente, em comum, parte dessa população rejeita o termo negacionista e admite até mesmo a possibilidade de mudar de opinião em um futuro próximo.

O investigador da Polícia Civil, Danilo Carvalho Nunes, 51 anos, não tomou e nem pretende tomar, ao menos por agora, nenhuma dose da vacina contra o coronavírus. Ele afirma que apesar de sua posição atual, nunca foi contra vacinas, desde que as mesmas cumprissem todo “protocolo de biossegurança que se exige”. Afirma que a decisão de não ser imunizado não tem a ver com questões políticas e foi tomada ainda em 2020 quando em caráter emergencial a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a vacina. Fiquei muito preocupado e espantado com o nível de pânico que as pessoas estavam e se lançando como cobaias nessa fase 3 da vacinas.

Ele explica que a rapidez para a liberação de forma emergencial foi uma das várias coisas que ocorreram e que ainda ocorre, que não dão a ele a segurança necessária para “fazer parte deste experimento”.

Danilo destaca também a existência de uma extensa campanha como forma de difamar e menosprezar quem ousa se contrapor a imunização. Por sua profissão, ele lembra que teve que assinar um documento onde abdicava do direito de vacinar e na época percebeu isso. “Muita gente olhou torto pra mim, mas eu fui o único que não ficou doente no serviço, mesmo em contato com quem teve, não peguei”.

Segundo ele, muitas pessoas optaram pelo silêncio em relação ao tema devido “à grande perseguição e ao extenso uso de termos pejorativos criados recentemente sendo o mais usado ‘negacionistas'”. Para ele, questionar deixou de fazer parte das pessoas.

Margareth Godói, 39, também optou por não tomar a vacina e lembra que quando a imunização teve início ainda estava em dúvida. Admite que essa dúvida ainda a “corrói por dentro”. Portadora da doença de chagas, conta que para ela a falta de esclarecimentos sobre os efeitos das vacinas foi o que mais pesou. “Acho que falta um esclarecimento melhor, sei e conheço pessoas que tiveram mudanças significativas na vida depois da vacina e aí a gente fica receosa”.

A autônoma lembra que por causa da doença de chagas tem inúmeros problemas como hipertensão, problemas cardíacos e outros, e que isso é motivo de preocupação para ela. Afirma que já ouviu de muita gente para procurar um médico e esclarecer as dúvidas, mas que a maioria só diz que é seguro, para confiar e vacinar. Para mim isso não é suficiente.

Há pouco tempo, o marido dela, que já é vacinado, pegou covid, isso trouxe preocupação, mas ela afirma que não foi contaminada. “Fiz os testes todos e nunca tive o vírus”.

Apesar do posicionamento, ela lembra que nunca descartou a possibilidade de se vacinar, mas que as dúvidas e o receio ainda são mais fortes. Eu peço a Deus todos os dias que me ajude no esclarecimento, não sou extremista como muitos dizem de quem não vacina, mas quero poder ter mais confiança.

João Abel Oliveira Mendes, 33, não se vacinou e diz não acreditar na vacina e nem mesmo em outros medicamentos que no início da pandemia eram defendidos, como a ivermectina. Para ele, existe ainda muita falta de informação sobre a realidade da vacina, além da falta de respeito com a opinião de cada um. “Doenças sempre vão aparecer e sempre tivemos cuidado, cautela e respeito ao próximo”.

Gazeta Digital

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