O coordenador da bancada do agro na campanha de Lula (foto), o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), afirmou a O Antagonista que vai trabalhar junto a representantes do setor para tentar desmistificar a ideia de que o petista atuaria contra os produtores rurais em uma nova gestão.
A campanha petista prepara uma carta encaminhada ao agronegócio. No documento, serão reafirmados compromissos com o setor como a garantia de segurança jurídica para os ruralistas, de preservação da propriedade privada e a promessa de ampliação de financiamentos ao agro, principalmente para a recuperação de pastagens degradadas.
“Não podemos esquecer de fazer o comparativo [de] como foi o setor do agronegócio durante a administração de Lula com o atual presidente. Eu não achei até agora um produtor que conseguisse contestar a lista de benefícios que o agronegócio teve ou de políticas públicas durante o governo Lula. É incontestável e é incomparável”, disse Fávaro a este site.
“Então, [vamos] continuar nessa linha. Dizendo que não cabe a retórica de que não vai ter segurança jurídica [no governo Lula], de que não haverá respeito à propriedade, invasão de terra, taxar exportação. O presidente tem dito isso repetidamente”, acrescentou o representante do agro.
“Temos que lembrar que, quando o presidente Lula assumiu o país, o Brasil produzia 80 milhões de toneladas; hoje o país produz 300 milhões de toneladas. Quando ele entregou, eram mais de 250 milhões de toneladas. Então, isso representa a evolução, os investimentos, renegociação de dívida, infraestrutura para trazer competitividade”, declarou.
Fávaro vai intensificar a campanha junto ao agro com outros representantes do setor, como a senadora Kátia Abreu (PP), o ex-deputado Neri Geller e a própria ex-candidata Simone Tebet, que deve participar da interlocução com os ruralistas.
“Precisamos também falar um pouco de futuro, que políticas públicas vamos implementar: vamos falar com os setores organizados. Temos a proposta de ampliar o uso de etanol na gasolina, de incentivar o financiamento de longo prazo para recuperação de pastagens degradadas. Só essa proposta tem um ganho no aumento de mais de 30 milhões de hectares, entre outras medidas. Vamos tentar tirar essa mística sobre o ex-presidente Lula de que ele é contra o agronegócio”, afirmou.
“O objetivo nem é converter todo mundo. Mas é converter os mais conscientes, aqueles que sabem que o Brasil já deu certo uma vez e que sabem que pode dar certo de novo. Agora, vamos dar voz a muitos que têm vontade de falar, mas tem medo pelo ‘modus operandi’ do bolsonarismo radical. Eu dou voz para eles. e deixa vir para mim a pancadaria”, concluiu.
Wilson Lima/oantagonista.uol.com.br