O litro do etanol hidratado nos postos de combustíveis vem registrando uma sequência de baixas, movimento inédito para essa época do ano.
Com as alterações mais recentes, o litro na bomba pode ser encontrado por até R$ 2,93 e R$ 2,99.
Mas o consumidor mais desatento, pode ainda pagar cerca de R$ 3,10 pelo mesmo produto.
A redução desse início de mês revela um movimento inédito e um valor que há muito tempo não via nas revendas.
O litro abaixo de R$ 3 pode ser encontrado tanto em Várzea Grande quanto em Cuiabá.
Geralmente nesse período, o preço do biocombustível engata trajetória de alta, pois há paralisação temporária das indústrias, para revisão do parque fabril, se encerra a colheita de cana – a partir de outubro/novembro –, bem como da safra de milho.
Mesmo que não haja escassez de etanol no estado, o momento é considerado de “entressafra”, o que por si só mexe com o mercado.
A partir de final de março, a moagem da cana tem início e passa a adicionar etanol ‘novo’ ao estoque estadual.
Nos postos, a explicação é sempre a mesma: “o patrão mandou baixar”.
Mesmo que se torne um movimento pontual para fazer fluxo de caixa para as revendas – com objetivo de honrar folha de pagamento e 13º salário – a baixa trouxe os preços de bomba a valores que estão surpreendendo os consumidores.
“Tenho observado essa queda. Como representante comercial estou sempre transitando por varias cidades do estado, porém, as baixas parecem ser sempre mais significativas em Várzea Grande, cidade onde moro. Então, tenho aproveitando os últimos dias para completar o tanque e fazer economia”, disse Rogério Cardoso.
Para se ter uma ideia da margem de preços entre esse começo de mês ante igual momento do ano passado, em dezembro de 2022, a média de preços estava na casa de R$ 3,70.
Janeiro/23 teve início com o biocombustível perdendo sua competitividade ante à gasolina, já que os valores médios nas duas cidade eram de R$ 3,57 e R$ 4,87, respectivamente.
SEMANAL – Mato Grosso segue registrando o menor preço médio ao litro do etanol no país.
Conforme nova rodada semanal de pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre 26 de novembro e 2 de dezembro, a média apontou R$ 3,18.
Nesse mesmo período, os preços médios do etanol hidratado caíram em 14 Estados, subiram em outros 5 e no Distrito Federal.
Nos postos pesquisados pela ANP em todo o país, o preço médio do etanol subiu 0,28%, de R$ 3,55 o litro na semana anterior para R$ 3,56 o litro.
Em São Paulo, principal Estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média ficou estável em R$ 3,43.
A maior queda porcentual na semana de 2,33%, foi registrada no Rio Grande do Norte, onde o litro passou de R$ 4,30 para R$ 4,20.
A maior alta na semana ocorreu no Ceará, onde o litro do etanol, que custava em média R$ 4,16, passou a R$ 4,57 (+9,86%).
O maior preço médio foi registrado no Amapá, de R$ 5,39 o litro.
COMPETITIVIDADE – Na semana até sábado passado (2), o etanol continuava mais competitivo em relação à gasolina na Bahia, em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, além do Distrito Federal.
No restante dos Estados, continuava mais vantajoso abastecer o carro com gasolina.
Conforme a ANP, o etanol tinha paridade de 63,23% ante a gasolina, portanto favorável em comparação com o derivado do petróleo.
A paridade estava em 69,90% na Bahia, 65,25% em Goiás, 56,58% em Mato Grosso, 63,35% em Mato Grosso do Sul, 63,32% em Minas Gerais, 65,05% no Paraná e 62,03% em São Paulo. No Distrito Federal, estava em 64,81%.
Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado.
Redação