Presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB) defendeu que seja suspensa a cobrança de pedágio por parte da concessionária Rota do Oeste no trecho da BR-163 que está sob seus cuidados, já que a empresa devolveu a concessão e não entregou a tão sonhada duplicação da via.
“Eu sempre trabalhei contra essa concessão. Procurei o Ministério Público Federal (MPF), entramos com uma ação pedindo a suspensão do pedágio por alguns dias, porque eles cobram e não haviam feito os investimentos. Nós fizemos uma movimentação no fim do ano, até alguns me criticam por sugerir fazer uma CPI dessa concessão, porque a concessão é federal. Mas eu entendia que como presidente da Assembleia, não era correto receber pedágio, já que era para ter entregue a obra em 2019. Não entregar e continuar recebendo? Vai para Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, não tem acostamento, não é duplicado. Nós cidadãos usamos asfalto que foi feito com dinheiro público e estamos pagando pedágio para a concessionária que não está fazendo nada”, declarou em entrevista à Rádio Capital FM na manhã desta segunda-feira (17), ressaltando a dificuldades de quem trafega pela BR e poucas condições de segurança na pista.
A empresa, que é controlada pelo grupo Odebrecht, devolveu de forma amigável a concessão em dezembro. A concessionária teria descumprido o contrato em relação às obras de duplicação da via, mas alega que a devolução da rodovia sem concluir o que estava previsto no contrato de concessão está respaldada por lei federal. Desde que começou a operar, a Rota do Oeste duplicou mais de 120 km da rodovia. Outros 330 km, correspondentes ao trecho entre Posto Gil e Sinop e a Rodovia dos Imigrantes, não foram duplicados.
“Nós íamos avançar com isso, felizmente a empresa veio dizendo que ia entregar esse contrato. Particularmente, acho que o Ministério Público (estadual e federal) deveria atuar, acho que não tinha mais que ter cobrança, porque não está tendo a entrega do serviço. Eu tive no Paraná e muitas praças de pedágio não estão cobrando. Eu acho que as pessoas deveriam guardar os comprovantes e entrar com uma ação depois, porque não existe entrega de serviço. Estamos pagando um pedágio para uma empresa que não tem compromisso mais nenhum de investimento. E se enrolar isso mais um ano, três anos, até uma outra concessionária assumir? Eu acho que não tem que ter mais essa cobrança. Zera. Faz uma outra concessão”, finalizou.
Ao final, Max completou que na volta das sessões parlamentares, deverá chamar novamente atenção dos parlamentares sobre o tema.
OUTRO LADO
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Roda do Oeste para se manifestar sobre o assunto, mas até a publicação da matéria não houve retorno. O espaço segue aberto.