A Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos dos Consumidores (Procon-MT) alertou os mato-grossenses para uma novo aumento significativo na fatura de energia elétrica a partir deste mês. Segundo o órgão, todos precisam ficar atentos às mudanças.
Isso porque o aumento de 7,29% aprovado em abril pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para consumidores residenciais, se somará ao custo da bandeira tarifária vermelha patamar 1, acionada pela Aneel em maio, o que significa um acréscimo de R$4,169 para cada 100 kWh consumidos.
Desde 2017 não era registrada bandeira vermelha nos meses de maio – cor que sinaliza redução no nível dos reservatórios das hidrelétricas. E o impacto disso na fatura mensal preocupa a Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos dos Consumidores (Procon-MT).
O gestor do órgão, Edmundo Taques, pontua que desde o começo da pandemia de coronavírus os brasileiros vêm enfrentando dificuldades para quitar suas dívidas. Já são 14,3 milhões de pessoas sem emprego no país, conforme os últimos dados do o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O reflexo disso é o endividamento da população que chegou a 22,3% entre aqueles com renda de até R$ 2.100,00 conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) referentes a abril.
E um fator regional agrava a situação: a estiagem antecipada. Em algumas cidades de Mato Grosso já não chove há mais de 50 dias. “Tudo indica que teremos um período de estiagem maior, o que em Mato Grosso também significa altas temperaturas. Quanto maior o período de calor acima da média, maior o período de consumo intenso de energia”.
De acordo com o engenheiro eletricista Teomar Magri – membro do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica de Mato Grosso (Concel-MT) – a “cadeia do calor” intensifica o uso de equipamentos de ventilação e refrigeração e também os sobrecarrega. Este consumo, explica Magri, pode aumentar de 30% a 50% no período que vai de agosto a novembro, dependendo do perfil de cada consumidor.
Apesar de a Aneel ter tentado amenizar os efeitos da pressão sobre a tarifa de energia elétrica, para que ficasse menor, o percentual ainda está descolado da realidade dos consumidores, avalia Magri.
Da Redação