
A Aprosoja Brasil vem a público manifestar sua preocupação com o descontrole das contas públicas e o prejuízo para as políticas econômicas que mantém o país nos trilhos. A dívida pública brasileira alcança níveis recordes, com os juros escalando em um momento em que o país não passa por nenhuma crise que justifique os gastos atuais. Pior que isso, o governo não aponta nenhuma proposta de cortes e reestruturação que reduza os seus gastos. O resultado disso é inflação crescente, afetando toda a população, principalmente os mais pobres, e no curto prazo, queda da atividade econômica do país e recessão. Pior do que isso, o Brasil já perdeu o grau de investimento e se aproxima de um Default.
A confiança dos agentes econômicos, o que inclui os cidadãos quando adquirem bens e investem, está profundamente abalada, dada a falta de sensibilidade do governo federal, que a cada dia segue gastando mais do que arrecada, muito embora tenha recorde de arrecadação em 2024. O déficit nominal do país alcançou valores iguais aos da pandemia. Mas onde está a crise que justifique tamanho gasto.
Diante deste cenário, o país segue captando empréstimos e emitindo títulos da dívida, o que leva o investidor a precificar o risco de um calote e cobrar juros maiores para emprestar o dinheiro ao governo. E este, por sua vez, segue elevando os gastos com os seus programas. Artificialmente, a injeção de recursos na economia leva a um crescimento econômico, mas na prática não existe uma atividade econômica que dê suporte aos gastos. Em um cenário de tamanha incerteza, o empresário eleva o custo dos serviços e produtos, buscando reequilibrar o valor real do dinheiro circulante.
Infelizmente, o governo federal ou a equipe econômica que o assessora não está construindo nenhuma resposta a este cenário, embora falem muito em responsabilidade fiscal. A relação Dívida/PIB brasileira alcança os 85%, conforme cálculo do FMI. Associada à escalada da SELIC, amarrada à inflação descontrolada, o país deteriorou sua imagem diante das agências de rating, perdendo o Grau de Investimento e apontando para uma trajetória de calote, conhecida no jargão econômico com Default.
Se o governo federal estivesse fazendo algum investimento que fizesse sentido estruturalmente, como obras que reduzissem o nosso custo logístico e impulsionariam a atividade econômica, ou estivesse informatizando e melhorando sua estrutura burocrática, elevando a produtividade da máquina pública, os gastos seriam justificados. Mas, infelizmente, não há nada neste sentido. Também não está no forno do governo federal uma reforma administrativa e revisão dos gastos atuais, visando um reequilíbrio dos seus gastos.
Diante deste terrível cenário, considerando que já assistimos a esse filme antes do Impeachment da ex-presidente Dilma, cabe ao Congresso Nacional a construção de um plano alternativo de controle indireto da política econômica. Em primeiro lugar, colocando em tramitação a tão necessária Reforma Administrativa, e que todos os setores da economia apoiam. Em segundo lugar, trabalhar com rigor e perícia na aprovação e fiscalização dos gastos públicos.
Neste momento de incertezas e risco de uma recessão impactar o país e a vida de mais de 200 milhões de brasileiros, conclamamos os representantes eleitos no Congresso Nacional a assumirem essa responsabilidade para qual os brasileiros de todos os estados e regiões os elegeram.
A agropecuária tem recebido o reconhecimento de ser uma mola propulsora da economia brasileira, incentivando investimentos da indústria nacional e internacional no país. Apesar de o Plano Safra 24/25 só ter rodado 50% do valor disponibilizado, o setor está entregando ao país mais uma Super Safra de grãos. O agronegócio e, principalmente, a sojicultura, não são culpados pela derrocada econômica que está ocorrendo no país. Apesar de o crédito estar mais curto, o campo continua produzindo e entregando uma excelente safra de grãos.
O governo federal tem de parar de tratar o setor rural como o vilão em razão da elevação dos preços dos alimentos e começar a entender que o agronegócio é parte da solução para a economia se recuperar. De uma vez por todas, não é a falta de alimentos que está levando o país à derrocada econômica
Aprosoja Brasil