Home Ultimas Notícias Se fosse hoje, teria dúvidas sobre vetar nomeação de Lula para Casa Civil, diz Gilmar Mendes

Se fosse hoje, teria dúvidas sobre vetar nomeação de Lula para Casa Civil, diz Gilmar Mendes

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“Se o caso do Lula assumir a Casa Civil fosse hoje, eu teria muitas dúvidas sobre que decisão tomar.” A declaração é do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que participou nesta segunda-feira (7) à noite do “Roda Viva”, da TV Cultura.

Em 2016, Gilmar cassou a nomeação do petista como chefe da Casa Civil, ao entender que houve desvio de finalidade na nomeação do ex-presidente para o cargo de ministro, já que, segundo ele, a presidente Dilma Rousseff apenas fez isso para que eventual denúncia contra Lula seja julgada pelo STF, onde é o foro por prerrogativa de função dos ministros de Estado.

Na entrevista, sobre a “lava jato”, Gilmar disse que é preciso combater a corrupção, que é a favor da operação, mas ponderou que não se combate o crime com crime. “Vejamos as conversas vazadas pelo The Intercept, o juiz e o promotor não podem estar contaminados. E preciso que essas pessoas cumpram a lei e sejam servas da lei”, afirmou.

Para Gilmar, “essas pessoas devem explicar isso”, ao se referir ao então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. “Eu propus que essa gente faça um accountability [prestação de contas] porque fizeram aquilo, é a Justiça Federal, é a Receita Federal e é o Ministério Público em uma combinação de jogo muito estranha que precisa ser questionada”, disse.

Em um momento da entrevista, Gilmar afirmou que houve abusos da “lava jato” e que a mídia criou “falsos heróis”. Sobre a execução antecipada da pena de prisão, o Ministro afirmou que é preciso reformular a justiça criminal, ser muito mais célere. “Mais juízes criminais, melhorar bastante a justiça criminal. Para ser ruim, a justiça criminal brasileira tem que melhorar muito.”

Ao ser questionado sobre qual parte das conversas apresentadas pelo The Intercept Brasil podem ser usadas pela defesa do ex-presidente Lula, Gilmar citou a crítica do então juiz Sergio Moro contra procuradora da República Laura Tessler, sobre a atuação nas audiências do processo.

“Tirem suas próprias conclusões sobre isso”, disse o ministro. Em março de 2017, em conversa com Dallagnol, Moro criticou a performance de Tessler em audiências

Coaf e Receita

O ministro também foi questionado sobre a decisão que determinou a suspensão de todos os processos que envolvem a quebra do sigilo do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no caso Queiroz.

Gilmar lembrou da decisão do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, que determinou que a suspensão nacional sobre as múltiplas demandas em que se discute a forma de transferência, para fins penais, de dados obtidos por órgãos administrativos de fiscalização e controle —incluindo a Receita Federal, o Coaf e o Bacen.

Impeachment

Segundo Gilmar, o papel importante da imprensa é explicar o que o tribunal faz. “Não podem ser banda auxiliar de grupamento. Podem ser críticos.”

Gilmar citou também que a procuradora Thaméa Danelon, do Ministério Público Federal em São Paulo, colaborou com o advogado Modesto Carvalhosa na redação de um pedido de impeachment do ministro.

Ataques de Janot

Sobre os ataques do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, disse que sentiu pena das instituições brasileiras. “Quando penso que a PGR estava entregue a uma pessoa ligada ao faroeste, dá pena de termos entregado as instituições, mas repito: só posso recomendar um tratamento psiquiátrico”, disse.

Ao ser questionado se o inquérito que apura ataques ao Supremo e aos integrantes fere o processo legal, Gilmar disse que o ato está previsto no Regimento Interno da corte.

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