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Sindjor-MT e Fenaj repudiam agressão e ameaças à equipe da TV Centro América em Lucas do Rio Verde

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O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) publicaram nota de repúdio, nesta sexta-feira (23), sobre a agressão contra os repórteres Bruno Motta e Alexandre Perassoli, da TV Centro América, enquanto trabalhavam em uma reportagem, em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá. Leia a íntegra no final da reportagem.

As agressões e ameaças foram cometidas pelo produtor rural Jorge Meinerz, da algodoeira Cotton Jorge, na quarta-feira (21), e foram captadas pela câmera da equipe. O g1 não conseguiu, mais uma vez, contato com ele.

Segundo o presidente do sindicato, Itamar Perenha, as providências jurídicas estão sendo tomadas para que isso não volte a acontecer com qualquer profissional da comunicação.

Na quarta-feira (21), a equipe pediu para gravar dentro da propriedade do homem. Diante da recusa, os repórteres saíram do local e, quando estavam do lado de fora, foram surpreendidos pelo proprietário, que se aproximou e tentou pegar a câmera da equipe.

Jorge estava exaltado e chegou a tomar o celular funcional do repórter. Ele só devolveu depois de muito insistência.

Segundo a equipe, o produtor rural chegou a segurar o colarinho do repórter, mas, tranquilamente, conforme informou a TV Centro América, Bruno informou que estavam do lado de fora e não mostrariam imagens do lugar.

Meinerz fez ameaças à equipe. “Divulga essa imagem para ver o que sobra para vocês”. Ainda disse que, se a emissora exibisse as imagens, os “buscaria em casa.”

A equipe registrou boletim de ocorrência na delegacia de Lucas do Rio Verde por ameaça e preservação de direito.

A reportagem estava sendo produzida para mostrar a estrutura de combate a incêndio de algodoeiras e o que os produtores estão fazendo para evitar acidentes durante o tempo seco.

Na quarta-feira (14), um incêndio atingiu uma algodoeira em Lucas do Rio Verde, e destruiu cerca de 1.100 rolos de algodão. Houve prejuízo de R$ 17,6 milhões.

Veja nota do sindicato na íntegra

O jornalista Bruno Motta e o repórter cinematográfico Alexandre Perassoli foram alvo de atitudes agressivas e de ameaças pelo produtor rural Jorge Meinerz, da Algodoeira Cotton Jorge, na localidade denominada “Campinho”, em Lucas do Rio Verde.

A equipe produzia uma reportagem sobre prevenção e combate a incêndios e, como a atividade algodoeira é de alto risco, pretendia divulgar procedimentos reforçados nessa atividade para evitar esse tipo de ocorrência. Por óbvio, reportagens dessa natureza, têm caráter instrutivo comum e bastante pertinência na estação seca que Mato Grosso atravessa e, desta forma, trata-se de um serviço de utilidade para a população que, num eventual incêndio, sofre com ocorrências dessa natureza, além dos riscos à segurança do trabalho nesses ambientes.

O proprietário da empresa, Jorge Meinerz, recusou a permissão e a equipe saiu do perímetro da propriedade. Quando já se encontrava fora, a dupla de jornalistas foi surpreendida pelo proprietário que chegou exaltado e furioso tentando, além dos insultos, se apropriar da câmera da equipe chegando a tomar, com violência, o aparelho celular funcional do repórter só o restituindo depois de muita insistência. Durante esse procedimento esdrúxulo segurou no colarinho do repórter que, buscando manter o equilíbrio emocional, informou que não seriam exibidas imagens do local, momento em que Jorge, ainda com a mesma fúria inicial, ameaçou a equipe dizendo que se as imagens fossem exibidas “sobraria para vocês” (em clara alusão à integridade física dos jornalistas) e que, se fosse exibida qualquer imagem os “buscaria em casa” em clara alusão à integridade física dos profissionais de imprensa.

Parte das ameaças e agressão foram registradas pelo repórter cinematográfico que, por medida cautelar, ligou a câmera registrando o incidente.

A equipe, posteriormente, registrou queixa na Delegacia de Polícia.

O Sindicato dos Jornalistas, repudia a agressão e movimenta o seu Departamento Jurídico para acompanhar o inquérito ao tempo em que coloca a Fundação “Vladimir Herzog” à disposição dos profissionais para a responsabilização do senhor Jorge Neimerz e, com isso, tomando providências para tais fatos não se repitam.

E é importante registrar que em 14 de setembro um incêndio já havia consumido 1.100 rolos de algodão, na mesma empresa e o que se buscava era uma reportagem, de caráter educativo e motivacional, para que empreendimentos dessa natureza, em outros locais, procurem evitar, dentro do possível, a ocorrência de incêndios desse tipo e até outros, com o reforço de medidas de prevenção e dos meios adequados de contenção, sempre que as condições climáticas se agravarem e constituírem fatores adversos e de risco mais elevado a esse tipo de atividade.

G1-MT

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