Um grupo de soldados russos capturados pelo Exército ucraniano deu uma entrevista coletiva neste domingo (6), em Kiev, e pediu ao povo russo que faça o possível para pôr fim à guerra contra a Ucrânia, segundo mostra a agência de notícias Interfax-Ucrânia, nesta segunda-feira (7). Outros veículos europeus, como o Daily Mail, também publicaram as informações.
O soldado russo Andriy Chuvatarevsky declarou: “Russos, façam todo o possível para acabar com esta guerra. Nem a Ucrânia nem a Rússia precisam disso. Apenas Putin precisa desta guerra”, disse o prisioneiro de guerra.
Chuvatarevsky pediu ainda à população russa que participe de manifestações contra o conflito armado na Ucrânia e que pressione o presidente Vladimir Putin. “Se você for às ruas, o presidente decidirá retirar as tropas. Então não haverá guerra”, acrescentou.
Respondendo a perguntas, o soldado afirmou não saber qual o propósito de Putin ao invadir o país vizinho e diz que “a Rússia não precisa disso”. Chuvatarevsky vai além: “Ninguém quer lutar no Exército. Sentimos ódio pela liderança que nos enviou aqui. Entendemos que fomos jogados aqui como gatinhos em benefício do governo”.
Mikahil Kulikov, outro soldado capturado, também deu uma declaração forte na mesma entrevista coletiva: “Os filhos do povo ucraniano estão sofrendo e não há necessidade de ninguém ter medo. O povo ucraniano não tem medo de ninguém. Eles defenderão sua terra. Também tenho dois filhos pequenos em casa. Pais [russos], bloqueiem as estradas, façam de tudo para que as tropas russas voltem”.
Um terceiro soldado, Dmitry Gagarin, afirmou que o que acontece na Ucrânia não tem nada a ver com o que é divulgado na Rússia. “Não há nazistas aqui. Há pessoas pacíficas, comuns e que agora se uniram contra uma pessoa: Putin”.
Segundo informações de veículos de comunicação ucranianos, na coletiva havia dez soldados russos que se renderam às forças do país vizinho. Eles não querem voltar para a Rússia neste momento e todos temem pela segurança de suas famílias.
Os ataques russos atingem várias cidades da Ucrânia, causando grande destruição, inclusive em áreas civis, como casas, prédios, escolas, hospitais etc. Com isso, muitos ucranianos tentam deixar o país e, com suas crianças, buscam chegar a países vizinhos como Polônia, Hungria, Romênia, Moldávia e Eslováquia.
A movimentação de refugiados é grande e as crianças, muitas ainda bem pequenas, estão entre a parcela populacional que mais sofre. Junto de seus pais ou parentes, elas têm de deixar suas casas, escolas e amigos em busca de segurança. Nesta foto, uma criança aguarda, neste domingo (6), após cruzar a fronteira da Ucrânia com a Polônia, na cidade de Medyka. Este é um dos destinos mais procurados pelos ucranianos. Segundo a ONU divulgou neste domingo, 1,5 milhão de pessoas já deixaram o país nestes onze dias de guerra.
R7