O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes classificou nesta 6ª feira (3.fev.2023) o plano relatado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) como uma “tentativa tabajara” de golpe de Estado. O magistrado participou por videoconferência do Lide Brazil Conference, evento em Lisboa (Portugal) que reúne empresários.
Moraes informou ter recebido pedido de conversa por parte do senador, com quem afirmou não ter “nenhuma intimidade”. Disse que como atende diversos congressistas, concedeu a audiência.
Na conversa, do Val teria contado todo o plano e falou que teve reunião com Daniel Silveira (PTB-RJ) e Jair Bolsonaro (PL). O magistrado teria perguntado se o senador falaria sobre o plano em depoimento, mas que o congressista disse que não poderia, pois era “questão de inteligência e não poderia confirmar”. Segundo Moraes, essa foi a única conversa que teve com o senador.
Moraes ainda disse que agradeceu a tentativa, mas que não se interessava pelo que não era oficial. Chamou a operação de “tabajara” e falou que ela mostra “o quão ridículo” o Brasil chegou na tentativa de um golpe.
INVASÃO DOS TRÊS PODERES
Ao falar sobre o 8 de Janeiro, Moraes disse que os países precisam sair em defesa da democracia, do Estado de Direito e das instituições. Segundo ele, a energia que deveria ser empregada para melhorar o mundo acaba “sendo usada para conter os arroubos ditatoriais” de políticos populistas do Executivo em todo o mundo.
O ministro da Corte declarou que os norte-americanos foram eficazes em analisar a questão. Começou com estudos coordenados da direita radical norte-americana, que analisou o papel das redes sociais na primavera árabe para fazer uma “lavagem cerebral” nas pessoas.
Segundo Moraes, essa lavagem cerebral “transformou pessoas em zumbis” que “cantam hino nacional para pneus” e mandam “recados para ETs”.
Para o magistrado, o Brasil respondeu de forma mais rápida e segura aos ataques contra a democracia do que os EUA no caso da invasão do Capitólio, em 2021.
“Historicamente, temos mecanismos para lidar com questões externas a democracia”, falou o magistrado, citando ações que fortaleçam o Executivo.
Poder 360