O senador Carlos Fávaro (PSD) endureceu o discurso às pessoas extremistas, diante do cenário político polarizado que deve imperar nas eleições à presidência da República. De um lado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), de outro, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fávaro teceu os comentários devido às críticas que representantes do agronegócio têm recebido por terem se reunido com Lula, no dia 21 de janeiro. Segundo ele, as pessoas precisam respeitar e entender que “democracia é diálogo”.
“O radicalismo hoje toma conta do país. As pessoas acham que colocar uma camiseta da seleção brasileira, verde e amarela, sair pra rua gritando, xingando o Congresso, o Supremo Tribunal Federal, está exercendo a democracia. A democracia vem do diálogo, do respeito às divergências. Você pode ter sua opinião, defendê-la bravamente, mas respeitar o divergente”, afirmou, em entrevista à Rádio Capital nesta segunda-feira (7).
De acordo com o senador, a reunião com Lula faz parte desse processo. Até porque, se ele vencer, o agronegócio precisa manter articulação política, apesar da maioria bolsonarista do setor.
“Eu digo isso e as pessoas se chocam, mas eu disse: eu achei muito válido 9º encontro), muito importante, porque o diálogo tem que prevalecer, independente se o agro é reconhecidamente ‘bolsonarista’. Mas e se o presidente Lula ganha a eleição? Como será a interlocução? Quem vai levar os problemas do setor?”, questiona.
Ainda de acordo com Fávaro, a reunião foi um pedido de Lula, para reconhecer as demandas do agro. “Não foi para tratar de apoio do agro ou não, foi para falar sobre as demandas. O Lula queria saber as necessidades de Mato Grosso, quais os rumos do agro, porque ele está há 10 anos fora do poder”, explicou.
O partido de Carlos Fávaro, o PSD, não apoiará nem Lula, nem Bolsonaro. O objetivo, de acordo com o senador, é apresentar uma terceira via aos eleitores brasileiros. A primeira opção é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. “Ele é o nosso pré-candidato. Ele está estudando a possibilidade. É um homem sensato, equilibrado. O Brasil precisa de equilíbrio para a presidência”, concluiu Fávaro.