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Pesquisadores e parlamentares denunciam desmatamento e apresentam propostas para frear destruição da Amazônia

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A deputada federal Professora Rosa Neide (PT) coordenou nesta quinta-feira (03), o painel número 07 da Semana do Meio Ambiente, que está ocorrendo sob organização do Fórum Permanente em Defesa da Amazônia. Com o tema: Amazônia, Educação, Pesquisa, Ciência e Meio Ambiente, o painel contou com atividades culturais, exposição de vídeos e palestras proferidas por cientistas e militantes da causa ambiental. A atividade que foi transmitida nas redes sociais, também contou com intervenção dos deputados: Célio Moura (PT-TO) e Léo de Brito (PT-AC).

A abertura do evento foi realizada pela cantora mato-grossense, Vera Capilé, que entoou música: Filhote desse Lugar, em homenagem ao pássaro sabiá, do Cerrado. A deputada Rosa Neide destacou que a música e a cultura são fundamentais na luta em defesa do meio ambiente.

“Toda energia positiva do universo é fundamental para dialogarmos sobre a importância do reequilíbrio da natureza, para prosseguirmos sobrevivendo nesse planeta com qualidade de vida. Infelizmente, temos um projeto de negação da natureza em curso no nosso País. Somente com a denúncia e a luta podemos mudar esse quadro e barrar o desmonte da legislação ambiental e destruição da floresta”, disse Rosa Neide.

O cientista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Nobre, gravou um vídeo exibido no painel, onde falou sobre os impactos do desmatamento e dos incêndios na Amazônia. “Já desmatamos 20% da Amazônia. O modelo de ocupação do bioma, com desmatamento e queima para expansão das pastagens tem provocado a emissão de gases de efeito estufa e não proporcionou desenvolvimento. Mais de 60% da população da Amazônia vive na pobreza. Precisamos de outro paradigma de desenvolvimento para salvar a Amazônia e impedir os desastres ambientais em curso”, disse.

Carlos Nobre disse que cerca de 120 bilhões de toneladas de carbono são armazenadas pela Amazônia. “Se perdemos a floresta todo esse material irá para atmosfera tornando o efeito estufa irreversível”, disse. “A Amazônia é essencial para a estabilidade climática no Brasil e no Planeta Terra. Por isso precisamos com urgência zerar o desmatamento, em cinco anos. O desmatamento avançou muito nos últimos dois anos, mas nós já conseguimos reduzi-lo. De 2004 a 2014 conseguimos reduzi-lo em 73%”, contou. Nobre defendeu o desenvolvimento sustentável da Amazônia com a floresta em pé. “O projeto Amazônia 4.0”.

A representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, (SBPC) e professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Luciana Barbosa, também citou o desmatamento acelerado da Amazônia, nos últimos dois anos. De acordo com ela, a derrubada da floresta tem reduzido os rios voadores, agravando o quadro de seca no Centro-sul do País, bem como contribuído com a emissão de gás carbônico que causa o efeito estufa. A pesquisadora destacou a necessidade do estabelecimento de pontes entre a “sociedade, o parlamento e a ciência”, para barrar a marcha da degradação ambiental.

O ex-governador e ex-senador pelo Estado do Acre, Jorge Viana (PT) afirmou que o atual modelo econômico insustentável, praticado na Amazônia desde os anos 1970, não deu certo. Além de impactar negativamente nas mudanças climáticas produziu exclusão social ao longo das últimas décadas. “Temos mais de 25 milhões de pessoas vivendo na Amazônia e desse total mais de 60% estão em situação de pobreza. Esse modelo não deu certo”, afirmou.

Viana fez coro ao cientista Carlos Nobre e defendeu uma agenda de desenvolvimento sustentável para a região. Vivemos na região mais rica, com a maior biodiversidade do Planeta. Nossa floresta pode mitigar os impactos do aquecimento global, além de garantir e regular o regime de chuvas, que mantém a sustentabilidade da agricultura, mas para isso precisamos frear o desmatamento”, disse.

O deputado Célio Moura (PT-TO) criticou a política de desmonte dos órgãos ambientais praticada por Bolsonaro e denunciou a perseguição aos trabalhadores rurais e agricultores familiares em seu Estado.

Por fim, o deputado Léo de Brito (PT-AC) fez uma síntese dos debates do painel e apontou 15 propostas. Entre essas propostas, que serão apresentadas em documento ao final da Semana do Meio Ambiente estão: o cumprimento da lei que proíbe o contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT); a recomposição dos orçamentos das Universidades e Institutos Federais; a implementação de políticas de acesso a internet na região visando o fortalecimento do acesso à educação; o cumprimento imediato da lei 3477/2020 que destina recursos para estados e municípios ofertarem tablets, celulares e internet gratuita a alunos e professores de escola pública; o fortalecimento da educação ambiental; a interrupção dos retrocessos na legislação ambiental; a reestruturação dos órgãos ambientais; o incentivo ao cooperativismo; entre outros.

O painel também contou com participação do coordenador do Fórum e organizador da Semana, deputado Airton Faleiro (PT-PA).

Fonte: Volney Albano/Assessoria

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