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Alemanha julga homem de 100 anos que atuou em campo de concentração nazista

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Um tribunal da cidade alemã de Brandemburgo deu início nesta quinta-feira, 7, ao julgamento de um homem de 100 anos que atuou como guarda no campo de concentração nazista Sachsenhausen, próximo a Berlim. O homem, que não teve a identidade revelada, chegou à corte em uma cadeira de rodas, cobrindo o rosto com uma pasta de documentos.

Segundo a rede pública alemã NDR, a denúncia, apresentada em fevereiro, indica que o ex-guarda contribuiu “material e intencionalmente” para a morte de pelo menos 3.518 pessoas durante os anos de 1942 e 1945, quando serviu no campo.

De acordo com a denúncia, o homem teria contribuído para o fuzilamento de prisioneiros de guerra soviéticos e teria sido cúmplice de assassinatos em câmaras de gás em Sachsenhausen, palco dos primeiros experimentos para o assassinato em massa de prisioneiros. De 1936, durante a construção do campo, até 1945, estima-se que 200.000 pessoas tenham sido enviadas à força ao local.

Apesar da idade avançada, o ex-guarda deve participar presencialmente de todas as sessões do julgamento, e não quis fazer comentários sobre as acusações, segundo seu advogado, Stefan Waterkamp. Ao todo, são previstas 21 outras sessões até fevereiro do ano que vem, nas quais o acusado comparecerá por um máximo de três horas por dia.

De acordo com o advogado da acusação, Thomas Walther, haverá participação de 16 testemunhas, entre elas sete sobreviventes do campo de concentração e nove familiares de vítimas.

“Este é o processo para meus amigos, conhecidos e queridos que foram assassinados e no qual, espero, o último culpado será condenado”, disse Leon Schwarzbaum, sobrevivente do Holocausto.

Muitos dos acusados por crimes nazistas já morreram. Mesmo assim, há 17 processos em andamento, com todos os acusados tendo 95 anos ou mais.

Em julho de 2020, o tribunal de Hamburgo, na Alemanha, condenou um ex-nazista de 93 anos por cumplicidade em 5.232 assassinatos e tentativas de assassinato entre 1944 e 1945. O réu, Bruno Dey, que tinha 17 anos na época dos eventos, serviu como guarda no campo de concentração de Stutthof, na Polônia.

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