Exposta no XIII Seminário Internacional de Energia Nuclear – Sien 2022, realizada dia 9 de novembro de 2022, na cidade do Rio de Janeiro, a tecnologia de irradiação de alimentos é uma opção viável para a utilização no agronegócio brasileiro. Para Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX, “A utilização da irradiação contribuirá para o Brasil conservar o protagonismo no difícil objetivo de alimentar o mundo”, conclui.
Com a utilização da tecnologia de irradiação, será possível que muitas pestes sejam exterminadas e também a vida útil dos alimentos seja substancialmente ampliada nas prateleiras.
Promovido pela Casa Viva, o evento foi realizado em formato híbrido, ou seja, on-line e presencial, em parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Os entendimentos dos técnicos e analistas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foram apresentados no simpósio “Irradiação de Alimentos Protege o Clima e Combate a Fome – Progresso e Tecnologia” por Andréa Mora, superintendente federal de Agricultura no Estado de São Paulo.
Conforme informações da Andréa Mora, a irradiação permite que os produtos agrícolas sejam conservados por mais tempo, evitando perdas e desperdícios, o que pode ser considerado estratégico no contexto da pressão alimentar da população brasileira e também mundial.
Outra vantagem desta técnica é o banimento de patógenos que podem estar presentes nos alimentos e causar doenças ao consumidor. “A irradiação é uma técnica segura e 60 países permitem o consumo de alimentos irradiados”, disse Andréa Mora ao site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Ações
A dirigente apresentou as ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para promover a irradiação agrícola, como a participação na Comissão de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, a formação de um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação e o detalhamento da instalação sustentável de irradiadores multipropósitos no Brasil. “Em pouco tempo, o programa estará disponível para consulta no portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, comentou Andréa ao site oficial do Mapa.
Essas atuações também envolvem programas de comunicação para demonstrar a vantagem competitiva ao setor produtivo e desmistificar a tecnologia para os consumidores em geral. Trabalho semelhante foi realizado em vários países onde a irradiação de alimentos foi implementada, pois a energia nuclear ainda está intimamente relacionada à questão da guerra.
Carlos César Floriano destaca a segurança na utilização da tecnologia
Os produtos não se tornam radioativos com a aplicação da irradiação. Ocorre justamente o oposto, pois o uso da energia nuclear na agricultura aumenta a vida útil dos alimentos e possibilita a eliminação de pestes. Andréa Mora também comentou sobre a obrigação de rever a política pública em favor da irradiação como uma política nacional, e não de governo, porque beneficia o Brasil.
Ainda fizeram parte do painel Carlos Nabil Ghobril, diretor do Centro de Inovação Tecnológica do Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, e Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), que estava na Espanha para um evento sobre a agricultura.
Assessoria