Longevidade costuma ser cúmplice do repórter, no bom sentido”. Assim entende o jornalista Eduardo Gomes, que ao longo de décadas na profissão presenciou fatos relevantes, e boa parte deles em Rondonópolis.
Amparado pela cumplicidade temporal, ele escreveu o livro “DNA do melhor lugar do mundo” no qual focaliza mais de uma centena de personagens mato-grossenses importantes no contexto atual e da história recente.
A exemplo do que fez quando publicou outros livros, DNA não terá lançamento, mas chegará aos leitores em maio deste ano, aniversário de Mato Grosso, e também do município de Porto dos Gaúchos.
“(Maio) é emblemático e período apropriado para apresentar um livro que pela primeira vez reúne mulheres e homens de todas as regiões e que foram e são importantes ao desenvolvimento e crescimento da abençoada Terra de Rondon.
Vários personagens são de Rondonópolis. São figuras das mais diversas atividades empresariais, culturais, filantrópicas, políticas e esportivas. “Não seria justo citar alguns deixando tantos de lado, mas posso dizer que boa parte da alma rondonopolitana está nas páginas de DNA”, desconversa o autor.
Além dos personagens com presença estadualizada, há vultos regionais com atuação em Rondonópolis, Poxoréu, Guiratinga, Tesouro, Sinop, Santa Carmem, Vera, Cláudia, Alta Floresta, Paranaíta, Apiacás, Cáceres, Vila Bela da Santíssima Trindade, Sorriso, Nova Nazaré, Juara, Tabaporã, Porto dos Gaúchos, Lucas do Rio Verde, Rondolândia, Água Boa, Canarana, Querência, São Félix do Araguaia, Nova Nazaré, Terra Nova do Norte, Nova Guarita, Cuiabá, Várzea Grande, Campo Verde, Primavera do Leste, Diamantino. Juína, Barra do Garças e outros municípios.
De Porto dos Gaúchos o vulto em destaque no livro que será lançado em maio é o colonizador Guilherme Meyer que chefiou o modelo de colonização iniciado em 1955, que originou Porto dos Gaúchos, e que inspirou as cidades planejadas em Mato Grosso. Meyer já foi alvo de outras homenagens de Eduardo Gomes, como neste texto publicado aqui
“A obra não tem apoio das leis de incentivos culturais e destaca os vultos por seu trabalho e não por cargos eletivos que exerça ou que tenha exercido”, observa o autor, mas ressaltando que alguns políticos estão entre os vultos.
“Em nenhum momento me deixei levar pelo modismo ideológico de direita e esquerda, que toma conta das redes sociais. Assim, o livro dá tratamento respeitoso a Dom Pedro Casaldáliga, que apoiava trabalhadores rurais e indígenas, e a Olacyr de Moraes, o maior investidor em Mato Grosso”, acaba revelando dois nomes para exemplificar a linha editorial.
O foco dos personagens “Vai além do perímetro entre o Trevo do Lagarto e o Coxipó”, explica para justificar o espírito estadualizado de sua obra. “Cuiabá está no livro e não poderia ser diferente”, avalia Eduardo Gomes, que assegura espaço a vultos de vários municípios, desde a pequena Nova Nazaré, onde Railda de Fátima, humilde motorista de uma linha de leite foi prefeita duas vezes abrindo espaço feminino na política; à grande Sinop do colonizador Ênio Pipino, do goleiro Rogério Ceni, de Joaninha o biruta sobre duas rodas e do padre João Salarini, dentre outros.
Eduardo Gomes disse que se sente realizado com o livro, mas, ao mesmo tempo, preocupado, pois não foi possível contemplar outras figuras tão importantes quanto as que foram citadas.
“Peço desculpas por isso e espero ser entendido”, desabafa resumindo que a obra tem texto leve e não fica restrita aos dados biográficos, “Levo o personagem ao mundo onde vive ou viveu, trago figuras de fora para conversar com eles. É um texto até certo ponto inovador”, concluiu.
Texto publicado originalmente em A Tribuna MT com redação do Porto Noticias