O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, rechaçou nesta segunda-feira (24) a crítica de que o ataque às sedes dos Três Poderes, em 8 de Janeiro, foi uma “armação do PT” e avaliou os extremistas como “insanos”.
“Os terroristas atacaram as sedes dos Três Poderes, não só o Palácio do Planalto. Logo, se tudo foi ‘armação do PT’, os presidentes da Câmara, do Senado e do STF também participaram? Realmente esses golpistas são insanos. Mas não são maiores do que a lei. Renovo a solidariedade aos Três Poderes, atacados pelo terrorismo político no dia 8 de janeiro”, disse Dino.
Em 8 de janeiro, extremistas atacaram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. O prejuízo material calculado é de R$ 20,7 milhões. O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar réus os cem primeiros denunciados pelos atos.
Os investigados podem responder por associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime. As denúncias fazem parte de inquéritos cuja abertura o STF determinou após os atos extremistas.
Depoimento de Torres
Um dos investigados e atualmente preso é Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. O delegado de carreira tem um depoimento à Polícia Federal marcado para esta segunda-feira (24). No entanto, a defesa de Torres pediu adiamento da audiência. “Após ter ciência do indeferimento do pedido de revogação de sua prisão preventiva, o estado emocional e cognitivo do requerente, que já era periclitante, sofreu uma drástica piora. Nesse cenário, a psiquiatra da Secretaria de Saúde do DF que o atende atestou, em 22/4/2023, a impossibilidade de Anderson Torres ‘comparecer a qualquer audiência no momento por questões médicas [ajuste medicamentoso], durante uma semana'”, diz o requerimento.
O R7 investigou que o depoimento do ex-ministro vai ocorrer em um inquérito sobre uma viagem que fez às vésperas do segundo turno da eleição presidencial de 2022 e o suposto pedido à PF e à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que interferissem no fluxo de eleitores.
Na ocasião, Torres teria pedido pessoalmente à superintendência da PF da Bahia que atuasse em conjunto com a PRF para atrapalhar a chegada de eleitores do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos locais de votação. O depoimento foi solicitado pela própria PF e determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
R7