O ministro Luís Roberto Barroso tomou posse como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta quinta-feira (28/9), em solenidade no Plenário da Corte. Edson Fachin assumiu a vice-Presidência. A cerimônia começou às 16h21 e conta com 1,2 mil convidados.
Novo presidente do STF, Barroso discursou na posse e criticou os tempos de “recessão democrática”. O ministro ainda agradeceu à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que o indicou para uma vaga no Supremo “da forma mais republicana possível” e destacou a presença de Lula à posse, antes de fazer a operação no quadril nesta sexta-feira.
Ao falar sobre os ataques antidemocráticos de 8/1, Barroso afirmou que “as Forças Armadas não sucumbiram ao golpismo”.
“Um país não é feito de nós e eles, somos um só povo. A democracia venceu e precisamos trabalhar para a pacificação do país”.
Mesmo com uma cirurgia no quadril marcada para esta sexta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa da cerimônia, utilizando máscara por recomendação médica. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também estão no evento.
Maria Bethânia, um dos grandes nomes da MPB, foi responsável por cantar o Hino Nacional no início da sessão e recebeu muitos aplausos após a apresentação.
“Ameaças de populismo autoritário”
Decano do tribunal, Gilmar Mendes falou em nome da Corte, destacando a importância da cerimônia e afirmando que o 8/1 ocupou “ápice desse inventário das infâmias golpistas”.
“A presente cerimônia assume um colorido novo. A posse torna palpável que o STF sobreviveu”, disse Gilmar Mendes, que completou:
“Naqueles tempos de calmaria e normalidade essa continuidade era um dado. Meses atrás, era por muitos considerado uma dúvida. Essa Corte suportou, durante um par de anos, as ameaças de um populismo autoritário”.
A nova gestão do STF terá duração de dois anos. Barroso assume a presidência no lugar da ministra Rosa Weber, que se aposenta de forma compulsória. Ela completa 75 anos em 2 de outubro, mas passa o cargo para Barroso nesta quinta.
Manoela Alcântara e Ana Flávia Castro
Metropoles DF