Em depoimento do delegado Bruno França, o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, autor da morte de uma mulher e as suas três filhas, em Sorriso (425 km de Cuiabá), disse que entrou na casa das vítimas para roubar objetos de valor. O investigado, que se encontra preso preventivamente em Sinop (500 km de Cuiabá), ainda acrescentou que trabalhou normalmente no dia seguinte aos assassinatos ocorridos na sexta-feira (24).
O depoimento foi realizado horas depois a sua prisão, ocorrida na última segunda-feira (27). Gilberto explicou ao delegado que já tinha visto as vítimas quando a mãe iria leva-las à escola, mas que ainda não havia tido contato com elas. Foram mortas: Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, 19 anos; e as menores: M.C.C, 13 anos, e M.C.C., 10 anos.
Na oitiva, o investigado relatou que entrou na residência à procura de dinheiro ou objetos de valores. O horário, no entanto, ele disse que não se recorda. Gilberto explicou que pulou o muro para ter acesso ao imóvel das vítimas.
Ao entrar, ele se deparou com as portas e janelas trancadas com exceção de uma janela que dá acesso ao banheiro. O suspeito então invadiu o local por esse acesso.
O homem detalhou que após entrar no banheiro em abrir a porta, Cleci acendeu uma lâmpada e viu o interrogado saindo na porta do banheiro, sendo que nesse momento, avançou no suspeito para tentar agarrá-lo.
Ele disse ao delegado que entrou em luta corporal com a vítima e a derrubou no chão. Nesse momento, segundo Gilberto, uma gaveta de talheres caiu, sendo que nesse momento o interrogado se apossou de uma faca e começou a golpeá-la.
O pedreiro afirmou que começou a esfaquear a dona da casa depois que já estava caída. Ele relatou que não lembra quantos golpes atingiu a proprietária da casa. Na sequência, passou a enfrentar Miliane que acordou com os gritos da mãe. A jovem de 19 anos também foi esfaqueada por ele.
No depoimento, Gilberto contou que após matar as adultas, as crianças começaram a gritar e, diante disso, foi ao quarto da vítima de 13 anos e também a esfaqueou na cama. Por fim, foi ao quarto da menina de 10 anos e a matou sufocada.
Os crimes sexuais
Ao ser questionado sobre as vítimas estarem sem roupa, Gilberto explicou que, após esfaqueá-las, tirou as roupas das três vítimas mais velhas e tocou nas partes íntimas delas. Ele apontou que todas as vítimas estavam vivas durante a violência sexual. A menor de 10 anos foi a única a não ser lesada sexualmente, segundo o investigado.
A fuga
Gilberto conta que após as mortes se desesperou e saiu da casa sem levar nada. Contudo, foi até a um guarda-roupas e procurou por algo que pudesse ser levado, porém, não encontrou e fugiu pelo mesmo lugar que invadiu. Na sequência, retornou para obra onde trabalhava.
Ele contou ao delegado que trabalhou normalmente no dia seguinte. O investigado ainda contou que deixou as armas utilizadas no crime na casa das vítimas.
Para tentar despistar a polícia, Gilberto disse que estava vestindo uma bermuda e uma camisa e que, depois do crime, guardou as roupas que estava vestindo em uma sacola plástica.
O depoimento de Gilberto foi incluído no inquérito policial (IP) que investiga o caso.
RD News