A choradeira e os protestos ilegais que vicejaram por todo país após a vitória do Lula, me permite fazer ilações sobre o resultado do primeiro turno nas eleições legislativas e para os governos estaduais.
Vou começar pelo meu estado natal, o Rio Grande do Sul, onde na minha juventude eu ouvia com orgulho dizer que os gaúchos eram um povo avançado politicamente, tal e qual os mineiros.
Pois bem. O Rio Grande elegeu Brizola prefeito da Capital e governador do Estado. Também deu a Brizola em 1989 uma votação espetacular na disputa com Lula e Collor, que só não foi ao segundo turno por conta das dores da revolução de trinta e revolta paulista de 32, esmagada por Getúlio Vargas.
Depois, em plena ditadura militar, elegeu para o Senado, Paulo Brossard e Pedro Simon, que mesmo conservadores, peitavam a milicada corajosamente.
O Rio Grande que elegeu Olívio Dutra e Tarso Genro para o governo após a redemocratização. E Paulo Paim eleito e reeleito senador…
Como aceitar o resultado do primeiro turno da eleição deste ano? Como que a figura rota do pau mandado do Inominável, um tal Onix, nome que deturpa até o mineral que lhe dá origem, ganhou disparado esse turno?
E a eleição do general vice-presidente, pisoteado pelo titular durante o mandato e que foi um pífio coordenador do Conselho Nacional da Amazônia Legal, que reconheceu o próprio fracasso. Ou seja, permitiu o crescimento dos garimpos ilegais, a grilagem de madeira, a derruba criminosa da floresta e a invasão das terras indígenas.
Com que credenciais, com quais qualidades, com que argumentos, essa gauchada o elegeu esse milico para o Senado?
Por isso, acho que me enganei em acreditar na lorota de maturidade política da minha gente sulista. E até olhando pro passado, após o grande governo de Brizola, do PTB, não elegeram Ildo Meneghetti da coligação PSD/UDN?
Também a falácia de que os mineiros sabiam votar foi por terra quando em 1962 elegeram o banqueiro Magalhães Pinto ao invés de Tancredo Neves, um dos grandes políticos brasileiros por quatro décadas desde 1950. Sem o apoio da meganha de Minas, os golpistas de 64 não teriam partido de Juiz de Fora.
E quando aceitaram em 1974 a nomeação de Francelino Pereira pela ditadura, para governador, já que era do Piauí? Lembram da piada do Chico Anísio no Fantástico? “Em Minas tudo é diferente; o ouro é preto, o juiz é de fora e o governador é do Piauí…”
E agora que reelegem no primeiro turno um comerciante milionário, defensor das mineradoras e contra os trabalhadores em geral. Será que lá não houve fraude?
Só não brigo mais com a gente mineira, porque lá o Lula ganhou nos dois turnos, mesmo com a derrama ilegal de dinheiro que o Inominável, rasgando todas as normas, praticou a maior tentativa de comprar votos da história do Brasil, quiçá do mundo…
E o rico e orgulhoso Estado de São Paulo que elegeu um carioca paraquedista que não sabia nem onde era seu local de votação no Estado…Será que foram os pés de café e as cabeças de boi que votaram?
O que dizer do Estado do Rio de Janeiro, lugar onde a maioria dos últimos governadores foi pra cadeia. Reelegeram o atual, mesmo com denúncias de pagamentos a empregados com contratos ilegais e secretos.
E o Baixinho, aquele que como atleta era um príncipe, mas que se tornou é um mero politiqueiro, que foi de um partido de esquerda para outro de direita, que seria como no futebol tirar ele do ataque e colocar no gol, reeleito senador?
E a eleição daquele mico militar, que foi humilhando pelo tenentezinho e encolhido como um rato disse que “É simples, um manda (o alferes), o outro obedece” (o generaleco).
E aí, será que não houve fraude no Rio?
E estes outros casos no legislativo:
Elegeram aquela senhora desalmada e falsa, ministra de estado, ridícula, para dizer pouco, eleita senadora pela Capital da República. E não teve fraude?
E o gado paulista que elegeu o tocador de boiada para cima da floresta amazônica e jogador de mercúrios nos rios?
Elegeram também para o Senado o “astronada”, que como Ministro nada fez a não ser permitir a rapinagem nas verbas para pesquisa científica da sua pasta.
Não dá pra suspeitar de fraude em Sampa?
E o povo dos pinheirais que atropelou o eterno senador Álvaro Noites, elegendo um juiz incompetente, parcial, truculento e mentiroso, líder de uma quadrilha jurídica, segundo o Intercept e o STF…
E o rei Arthur, que na presidência da Câmara engavetou trocentos pedidos de impeachment do seu parceiro na ladroagem do orçamento secreto, não foi reeleito? E não houve fraude? Justo na terra do abominável Collorido, que é um herói para o Inominável…
E no Piauí, que deu a maior votação pro Lula, não foi reeleito o chefe da casa civil do desgoverno federal, o tal Ciro Negueira? Esse que chamava o Inominável de fascista, preconceituoso, sem capacidade para ser presidente! Como pode? Só fraude explica…
São esses casos que me ocorrem, mas deve ter muitos outros casos de eleições difíceis de justificar pelo país afora.
Por isso eu pergunto, com que direito essa chusma chamada de gado, que usurpou de forma desrespeitosa o pavilhão nacional, que é de todos, e que está cegada na realidade paralela criada pelos magos do nazifascismo, quer parar o país alegrando fraude na vitória do Lula? Ora, deveriam ir chorar e mugir nas pastagens degradas pelo latifúndio Brasil afora.
Deveriam parar de atrapalhar a vida do povo brasileiro! Parar de cumprir ordem de empresários milionários que sugam a mais valia dos seus trabalhadores!
Fujam dos falsos pastores, enriquecidos pelos dízimos imorais que sugam, que vivem de comprar a mente da gente humilde, vendendo mentiras e distorcendo as verdades que Jesus Cristo pregou.
Quero encerrar dizendo que as minhas colocações não querem lançar suspeitas na seriedade das urnas eletrônicas. Exponho apenas meu espanto pela eleição destas figuras nefastas.
E estou certo de que só foram tão bem votadas, por um lado pelo uso de recursos legais, ilegais e imorais e por outro, pelo fanatismo dos zumbis que vivem e votam navegando em transe pela realidade paralela.
Este assunto precisará ser profundamente estudado, mas eu acredito que o germe do nazifascismo mundial, desenterrado pelo troglodita norte-americano nas eleições de 2016 e revigorado pelas facilidades da internet é o causador dessa loucura que tomou conta do Brasil.
– Ademar Adams, Jornalista e servidor do Tribunal Regional do Trabalho em Cuiabá