O presidente da Rússia, Vladimir Putin, cumprimentou, nesta manhã, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pela vitória na eleição de domingo. Em uma mensagem publicada no site do Kremlin, Putin destacou que quer uma cooperação construtiva com o Brasil em todas as áreas. “Aceite as minhas sinceras felicitações pela vitória nas eleições presidenciais. Os resultados delas confirmaram a sua grande autoridade política”, diz um trecho da nota.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, também cumprimentou Lula. Em uma rede social, Zelensky destacou que o presidente eleito é “amigo de longa data” de seu país. “Confio numa colaboração ativa com amigo da Ucrânia de longa data e no reforço da parceria estratégica Ucrânia-Brasil para assegurar democracia, paz, segurança e prosperidade na Ucrânia, no Brasil e no mundo inteiro!”, disse o líder ucraniano.
No primeiro discurso após a vitória domingo, Lula defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, com a ampliação dos seus membros permanentes e o fim do poder de veto dos atuais — EUA, Rússia, China, França e Reino Unido. Ele também disse que vai se engajar “nos esforços para a promoção da paz entre os povos”.
O governo de Putin sofreu sanções de Estados Unidos, União Europeia, Canadá e outros países ocidentais por causa da invasão da Ucrânia, em fevereiro deste ano, e a recente anexação, pelos russos, de quatro territórios ucranianos. A expectativa é que Lula seja pressionado a adotar uma posição mais dura com Moscou.
Mas essa é uma possibilidade difícil de se concretizar, dados os interesses econômicos e políticos envolvidos nas relações bilaterais. A Rússia é um importante comprador de alimentos do Brasil e fornece fertilizantes não apenas para o agronegócio brasileiro, mas para o mundo inteiro. Além disso, o país do Leste europeu é um membro do Brics — sigla para o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
“Espero que, com esforços conjuntos, asseguremos um maior desenvolvimento da cooperação construtiva russo-brasileira em todas as áreas”, ressaltou Putin.
Alemanha que fortalecer parceria
Outra mensagem enviada nesta segunda-feira a Lula foi do primeiro-ministro alemão, o social-democrata Olaf Scholz. Ele disse estar “ansioso por uma cooperação próxima e confiante” com o Brasil, especialmente em questões de comércio e proteção climática.
Já o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse que espera ter um encontro em breve com Lula. Ele afirmou que o Brasil é um importante parceiro estratégico para os alemães e “peça-chave” na superação dos desafios globais, como crises econômicas e de abastecimento de energia.
“A Alemanha está pronta para dar vida à parceria estratégica entre nossos países em benefício de nossas duas sociedades e do futuro de nosso planeta. Pessoalmente, também estou satisfeito por poder continuar nosso bom relacionamento de trabalho e construir os laços tradicionalmente estreitos entre Brasil e Alemanha. Com um encontro presencial em breve, poderemos dar um novo impulso às relações teuto-brasileiras e mostrar que as democracias estão unidas em tempos de acirramento do confronto geopolítico”, disse o líder alemão.
Engajamento na paz
Em seu primeiro discurso após a vitória, Lula disse que vai retomar o diálogo com as nações desenvolvidas, como EUA e as da União Europeia, em uma posição de igualdade.
— Nas minhas viagens internacionais, e nos contatos que tenho mantido com líderes de diversos países, o que mais escuto é que o mundo sente saudade do Brasil. Saudade daquele Brasil soberano, que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos e, ao mesmo tempo, contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres — disse Lula. — Estamos prontos para nos engajar outra vez no combate à fome e à desigualdade no mundo, e nos esforços para a promoção da paz entre os povos — completou.
Na noite de domingo, assim que foi confirmada a vitória de Lula sobre o presidente Jair Bolsonaro, líderes de todo o mundo parabenizaram o presidente eleito, entre eles os dirigentes de EUA, União Europeia, Espanha, Portugal e França, além de Reino Unido, China, Argentina, Colômbia, Cuba e outros.
O Globo