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Sinop tem outdoor crítico a Bolsonaro e organizadores relatam sofrer ameaças

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Ao menos 10 outdoors criticando a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) foram espalhados pela cidade de Sinop (450 km de Cuiabá). Um dos polos do agronegócio, setor que apoia o presidente e onde ele teve 77% dos votos válidos na eleição de 2018, os organizadores da manifestação relatam que têm sofrido ameaças até de perderem o emprego.

“Estamos recebendo ameaças, pessoas expondo nomes de familiares nossos, outros dizendo que vão boicotar comércio onde trabalhamos se o funcionário não for demitido. Querem derrubar, destruir, enfim”, conta Jhoni Helen que compõe um grupo de mulheres chamado Sinop para elas.

Nos outdoors, as manifestações tratam dos preços de itens da cesta básica como arroz e também combustíveis. Para eles, apesar do discurso de que a economia não pode parar durante a pandemia de Covid, as políticas econômicas adotadas por Bolsonaro têm prejudicado a sociedade e citam que o pacote de arroz de 5 kg é vendido a R$ 24 e a gasolina a R$ 5,70.

“Tentamos não ser agressivos, são apenas dados. Nem o número de mortes saiu e a apontamos que defesa em salvar a economia em detrimento da vida, não adiantou nem para economia e nem para evitar número de mortes. A própria questão do combustível é contraditória. Queremos abrir o debate e disseminar ideias, não é uma decisão partidária”, explica ela que é do diretório do PDT no município.

Ela ainda explica que a empresa responsável por imprimir e instalar os painéis tem sido pressionada. “A empresa encarou e imprimiu os painéis, respeitaram o direito de expressão e poderiam ter negado, mas foram profissionais e transparentes”.

Administradora, Jhoni diz não temer represálias profissionais, mas que gostaria de ver seus familiares sendo preservados. “Repressão social eu passo sim, cresci em Sinop e meus laços de amizade se desfizeram depois de 2018 (ano do impeachment de Dilma Roussef). As pessoas não aceitam o contraditório. Parei de ser chamada para churrasco, criavam grupos de WhatsApp e me excluíam. É muito estranho porque não sou muito militante, é só pela intolerância das pessoas que não sabem lidar com o contraditório”, desabafa.

 

RD News/Andhressa Barboza

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