Agências europeias estão reticentes com a vacina da AstraZeneca. Ela chegou a ser desaconselhada a pessoas com idade inferior a 60 anos, e um alto funcionário da Agência Europeia de Medicamentos declarou que era melhor deixar de administrar a vacina deste laboratório em qualquer idade quando há alternativas disponíveis, devido aos relatos de trombose após a primeira dose, apesar de raros.
Quanto a eficácia, pesquisadores afirmam que ela é segura sim. Cientistas da Escócia e do Reino Unido divulgaram nos últimos dias os resultados de estudo sobre a efetividade da AstraZeneca/Oxford, produzida no Brasil pela Fiocruz. De acordo com os cientistas, a primeira dose protege 76% contra a infecção sintomática na primeira dose, taxa mantida ao menos durante três meses, aumentando para 82% de proteção após a aplicação da segunda dose.
Segundo dados europeus, as tromboses venosas no cérebro ou em locais atípicos – presença de um volumoso coágulo fixado na parede interior de uma veia – registam-se, em média, 1 caso a cada 100 mil doses administradas.
Nos casos registados, apesar de raros, afetaram principalmente pessoas com menos de 60 anos de idade e, até agora, ocorreram quase sempre após a toma da primeira dose de AstraZeneca. Sobre a vacina da Janssen, e que usa o mesmo mecanismo, não há dados suficientes já que ainda foram administradas poucas doses.
Os sintomas de trombose podem ocorrer entre cinco dias e três semanas após a administração da vacina. Os sintomas a que se deve prestar atenção e que obrigam a assistência médica urgente:
- Edema num braço ou perna
- Dor abdominal persistente
- Dor de cabeça
- Visão turva
- Tonturas
- Falta de ar
- Dor no peito
- Aumento da frequência cardíaca
- Sangramento e hematomas
Em maio, médicos austríacos conseguiram salvar a vida de uma mulher de 62 anos utilizando imunoglobulinas por via intravenosa e outros anticoagulantes, que não a heparina.
As vacinas “víricas”, tais como as da AstraZeneca, Johnson & Johnson e Janssen, utilizam como portador outro vírus, que é modificado para transportar informação genética para combater a Covid-19. Ambas utilizam um tipo muito comum de vírus chamado adenovírus como portador.
A tecnologia do RNA mensageiro, utilizada nas vacinas da Pfizer e Moderna por exemplo, consiste em injetar nas células instruções genéticas para que elas possam produzir proteínas ou “antígenos” específicos do novo coronavírus. Estas proteínas serão entregues ao sistema imunitário, o qual produzirá depois anticorpos.
Especialistas afirmam que reação da vacina é normal e que comprova a ação da AstraZeneca/Oxford no organismo. É uma reação esperada da vacina e não tem nenhuma ação que cause dano ou risco. Não é motivo de preocupação. O importante é vacinar. Vale ressaltar que nem todas as pessoas têm reação com a vacina.