A maior parte da população brasileira é contra a venda de estatais e a reforma trabalhista, como aponta pesquisa do Datafolha.
O levantamento realizado no final de 2018 concluiu que 60% dos entrevistados discordam (totalmente ou em parte) de que o governo deva privatizar estatais, e 57% são contrários a reduzir leis trabalhistas.
O grupo de simpatizantes do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, é o que mais defende as privatizações, com 65%, bem como os mais ricos, que ganham mais de dez salários mÃnimos, com 56% de aprovação.
Os que simpatizam com o PSDB manifestam apoio menor à venda de estatais, de 41%, ao passo que os do PT representam o menor porcentual, de 29%.
No geral, 34% dos entrevistados concordam que o governo deve vender o maior número possÃvel de suas empresas. Outros 5% não tem opinião formada e 1% se diz neutro.
A pesquisa foi realizada em 18 e 19 de dezembro e entrevistou 2.077 pessoas em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Reformas trabalhistas
Quando questionados sobre reformas trabalhistas, 40% dos entrevistados se mostraram a favor da redução das leis, enquanto 57% se dizem total ou parcialmente contra mudanças na legislação.
Entre os que mais condenam as reformas estão os mais pobres, mulheres e moradores das regiões Centro-Oeste e Norte do paÃs. Entre o grupo de apoiadores do PT, 65% rejeitam mudanças.
Homens, brasileiros mais ricos e moradores da região Sul são maioria entre os que apoiam as reformas trabalhistas. Entre partidários do PSL de Bolsonaro, 50% concordam com a medida.
Salário das mulheres
O Datafolha também perguntou aos entrevistados se “mulheres ganharem menos do que os homens é um problema das empresas e não do governoâ€, ao que metade discordou e outros 47% concordaram. Ou seja, há um empate considerando a margem de erro da pesquisa, de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Entre as mulheres, 52% acham que o problema é do governo, enquanto 45% disseram que era assunto das empresas.
Antes da campanha eleitoral, Bolsonaro gerou polêmica ao dizer que as empresas pagavam menos às mulheres porque elas podiam tirar licença-maternidade e afirmou que também faria o mesmo se fosse empresário.