O governador Mauro Mendes (DEM) admitiu nesta quarta-feira, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que o cidadão poderá pagar ainda mais impostos, caso o Estado seja obrigado a cumprir as leis de planos de cargos, carreiras e salários, aprovados ainda na gestão Silval Barbosa (sem partido), no final de 2014. “Temos condição de pagar o que está previsto? Temos condição de pagar R$ 1 bilhão a mais em salários para a educação? Se isso acontecer, como está previsto, o cidadão fique consciente: vou ter que dobrar o ICMS [Imposto sobre o Comércio de Mercadorias e Serviços] da energia elétrica e aumentar o dos combustÃveis para pagar o aumento previsto para algumas categorias. Não dá mais para fazer um jogo de faz de contaâ€, explicou.
Esta é a primeira vez, desde que assumiu o comando do Paiaguás, que Mauro Mendes cita o aumento de impostos que atingem diretamente o bolso da população. Pouco antes, o governador afirmou que, para cumprir os compromissos previstos nas leis de carreira, já está encaminhando projetos à Assembleia Legislativa que têm por objetivo o enxugamento da máquina pública.
Contudo, o chefe do Executivo avaliou que somente estas medidas não são suficientes para mudar a realidade. “Dentro da esfera estadual, irei encaminhar leis para propor um enxugamento da máquina pública. Aliás, já estamos fazendo isso, reduzindo de 24 para 15 secretarias. Propomos também a extinção de seis empresas públicas, demitir quem for possÃvel cortar. Mas existem as leis federais, à s quais todos estamos submetidos. E, se não houver mudanças também nesta esfera, o Brasil também vai quebrar. Ou seja, só tem um jeito: o paÃs precisa entender que não existe milagre. Dinheiro público não brota em árvore. Ele vem do bolso do contribuinte. Ou nós mudamos essa realidade, ou o contribuinte, o cidadão brasileiro, vai pagar cada vez mais pela ineficiência do poder públicoâ€, afirmou ao jornal.
Mauro foi questionado sobre os fatores que levaram Mato Grosso, mesmo sendo um dos principais Estados a contribuir com a balança comercial, a ser considerado um Estado “quebrado†por seus próprios governantes. O crescimento dos gastos com a folha de pagamento e despesas de pessoal foram os principais fatores citados por Mendes.
O governador conversou com o jornal acerca da atual situação econômica de Mato Grosso e quais medidas pretende adotar para a recuperação financeira do Estado. Entre os assuntos abordados, o atraso das obras do VLT (VeÃculo Leve sobre Trilhos) e taxação do agronegócio.