A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira que farmácias realizem os testes rápidos para coronavírus durante a pandemia, de forma a ampliar a rede de testagem e reduzir a demanda em serviços de saúde, mas alertou para a possibilidade de resultados falsos negativos.
Os testes de anticorpos, que ficaram conhecidos como testes rápidos, são indicados a partir de sete dias após o início dos sintomas e mostram se houve exposição da pessoas ao novo coronavírus. No entanto, não é possível definir apenas pelo resultado do teste se há ou não infecção ativa.
“Esses resultados devem ser interpretados por um profissional de saúde, considerando informações clínicas, sinais e sintomas do paciente, além de outros exames. Somente com esse conjunto de dados é possível fazer a avaliação e o diagnóstico ou descarte da doença. Ou seja, o teste rápido fornece parte das informações que vão determinar o diagnóstico da Covid-19”, disse a Anvisa em comunicado.
Uma vez que o teste busca detectar a presença de anticorpos, é provável a ocorrência de resultados falsos negativos no estágio inicial da doença, em razão da ausência ou de baixos níveis de anticorpos e antígenos do novo coronavírus no organismo, de acordo com a Anvisa.
Aumentar a capacidade de testagem é uma das principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o enfrentamento à pandemia, de forma a identificar, isolar e tratar as pessoas infectadas.
O Brasil, no entanto, vem enfrentando dificuldades para ampliar sua capacidade de testagem. Apesar de ter previsão de realizar 46 milhões de testes, apenas 181 mil tinham sido concluídos até 22 de abril, e outros 158 mil ainda aguardavam resultado, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados na segunda-feira.
Inicialmente, o ministério havia decidido direcionar os testes rápidos para profissionais de saúde e agentes de segurança, mas o aumento da disponibilidade desse tipo de testes após uma escassez inicial levou o governo a ampliar o escopo da utilização.
O teste principal para Covid-19 é o teste molecular, o chamado RT-PCR, que o governo vem buscando formas de ampliar sua aplicação. A Fundação Oswaldo Cruz promete produzir no mês de abril 1,2 milhão de testes, dobrando para 2,4 milhões em maio. Em comparação, em abril foram produzidos cerca de 60 mil testes pelas Fiocruz.
Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que vai contar com o apoio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para definir a melhor parcela da população a ser testada para Covid-19 de forma a entender o panorama da doença.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)