Não só para quitar despesas de formaturas e funerais de servidores servia a verba de suprimentos de fundos, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. De acordo com o ex-deputado estadual José Geraldo Riva, o desvio também pagou entregas de ambulâncias para municípios do interior do estado.
Na gravação da delação, o ex-presidente da Casa das Leis afirma que, além de pagar despesas, a verba de suprimento de fundos também complementava o salário de servidores. No entanto, o desvio também foi usado para conseguir ambulâncias para comunidades e distritos.
Com a “omissão” do estado, a verba era utilizada em “equipamentos que o estado não conseguia entregar”, segundo diz. “Essa verba era muito utilizada pra isso, e inclusive, nós chegamos a adquirir ambulâncias com recursos de suprimento de fundo e entregar”, conta.
Riva então passa a citar os municípios que receberam os equipamentos. “Eu me lembro de uma ambulância que foi entregue no Guariba (distrito de Colniza), que eu entreguei e foi adquirida com esse recurso. Me lembro de uma entrega na BriaNorte (distrito de Nova Maringá), que também foi com esse recurso. Terra Roxa, no município de Juína, também recebeu uma. nova união, município de Cotriguaçu”, listou.
Conforme aponta o ex-presidente, o desvio se tratava de “mudança” de finalidade. A princípio, ela não era utilizada para apropriação de recurso ou enriquecimento ilícito. Porém, em seguida, ele concorda que houve desvios nesse sentido.
“Logicamente que não dá pra afirmar que não tenha havido nenhum desvio, que esse recurso foi apenas um desvio de finalidade. Mas dá pra afirmar com convicção que o intuito não era esse, o intuito era atender todas as demandas como eu afirmei”, aponta.
Para a entrega das ambulâncias, os servidores manipulavam os documentos, apreendidos na Operação Metástase. “Por nossa determinação os servidores atestavam falsamente o recebimento da mercadoria ou a prestação de serviço e isso é possível comprovar através da documentação apreendia, através das prestações de contas”.
Operação Metástase
Investiga o desvio de R$ 2 milhões da Assembleia Legislativa, através de verbas de suprimentos, “mensalinhos”, que custearam festas de formaturas, massagens, uísque, combustível de aeronave particular, entre outros itens. Foram presos na época, os ex-chefes de gabinete de José Riva, Maria Helena Caramelo e Geraldo Lauro. O ex-presidente da Assembleia José Riva é apontado como líder do esquema.