A soja é o principal produto de exportação do Brasil. Se o presidente da França, Emmanuel Macron, cumprir a ameaça que fez na semana passada, o mercado internacional se tornará menos abrangente para a já tão combalida economia do País.
Macron, que acertadamente vem criticando o descaso do governo de Jair Bolsonaro em relação à preservação ambiental, declarou nas redes sociais que “continuar dependendo da soja brasileira é endossar o desmatamento da Amazônia”.
A França compra anualmente cerca de dois milhões de toneladas da soja aqui cultivada. A fala de Macron deixou claro que o seu país, além de repudiar a negligência de Jair Bolsonaro no que diz respeito à floresta tropical, pretende também incentivar a plantação e o cultivo da soja no continente europeu. Vale lembrar que, apesar de a França não ser a maior compradora, é a Europa que responde pela importação de cerca de 20% do grão. Em resposta a Macron, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que “ele desconhece a produção que é feita no cerrado e no sul do País”.
E procurou contornar o incontornável: “Isso faz parte do jogo político”. Sendo ou não uma jogada estratégica da política econômica francesa, a verdade é que o governo brasileiro somente agora começa a sentir os efeitos do desmatamento que promove ao ver seus laços econômicos sob risco de serem desfeitos.
Líder mundial
O Brasil voltou a ser o maior produtor mundial de soja no período 2019/2020 (superando, assim, os EUA).
A produção brasileira chegou a 125 milhões de toneladas