Mesmo com o sistema de saúde em Mato Grosso à beira de um colapso generalizado, gestores municipais em diversas cidades do estado parecem não se importar com as medidas de prevenção ao contágio do novo coronavírus. É o caso da prefeitura de Vila Rica, onde o prefeito Abmael Borges da Silveira determinou que os profissionais da educação mantenham sua jornada de trabalho de forma presencial, dentro das escolas.
Diante deste ato, classificado pelo Sintep-MT como “irresponsável e absurdo”, a subsede do Sindicato no município acionou o Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça da cidade, em regime de urgência, para agir de modo a proteger a vida desses profissionais.
“Solicitamos a intervenção da Promotoria para que sejam cumpridas as determinações das Leis vigentes, com a suspensão imediata das aulas presenciais e que o trabalho dos servidores lotados nestas instituições passe a ser realizado no sistema home office (cumprimento de 100% da carga horária), visto que a escola é um espaço onde muitos profissionais contaminados estiveram trabalhando, com altos registros casos de contaminação nas últimas semanas”, argumentou Milene Medeiros, presidente do Sintep Subsede Vila Rica, em documento enviado à Promotoria.
O ofício ainda destaca a urgência na intervenção por parte do Ministério Público, diante do cenário atual da pandemia na cidade, que está, de acordo com o próprio boletim epidemiológico emitido pela Secretaria Estadual de Saúde, com a classificação de risco “muito alto” para o contágio do vírus.
O presidente do Sintep Mato Grosso, Valdeir Pereira, reitera que “manter os profissionais da educação confinados num mesmo ambiente para cumprir sua jornada de trabalho, é colocar em risco a vida desses trabalhadores”. “Nem o município, nem o estado possuem leitos de UTI suficientes para atender a uma demanda maior do que a que já está posta. O processo de vacinação segue lento e a única forma de resguardar a vida das pessoas, é manter o isolamento social. Essa situação é gravíssima, o prefeito e o governador estão sendo omissos em proteger essas vidas. Essa determinação para as atividades presenciais nas escolas é absurda e beira ao ridículo”, criticou Valdeir.
O sindicalista destaca ainda que aguarda o posicionamento do Ministério Público diante dessa demanda apresentada pelos trabalhadores da educação em Vila Rica. “Os órgãos públicos, os gestores, têm de agir com responsabilidade e respeito às vidas. Enviamos esse documento à Promotoria de Justiça de Vila Rica cobrando providências urgentes e esperamos uma resposta rápida. Quanto aos trabalhadores, temos orientado que mantenham suas atividades de casa, sem expor sua saúde e de seus familiares ao risco desnecessário”, disse.
Fonte: Assessoria