Mato Grosso registrou 555 casos do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), entre janeiro e outubro de 2022. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), o estado ainda teve 205 diagnósticos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), no mesmo período. Nesta quinta-feira (1°) é comemorado o Dia Internacional de Luta contra o HIV e a Aids.
A campanha reforça o alerta para a prevenção e o diagnóstico precoce do HIV e da Aids.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (Sinan), o estado notificou 352 novos casos de Aids em 2020 e 363 novos casos no ano passado.
Já em relação ao diagnóstico por HIV, foram notificados 871 novos casos em 2020 e 967 casos em 2021. De acordo com o Sinan, a maior frequência é entre jovens entre 20 e 29 anos.
Em relação ao número de mortes por Aids registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Mato Grosso teve 211 óbitos em 2021. De janeiro a outubro deste ano, já são 126 mortes pela doença.
Segundo a Secretaria de Saúde, no estado, 831 pessoas deixaram de fazer o tratamento há mais de 100 dias e o indicador reflete o elevado número de novos casos de Aids e a continuidade na cadeia de transmissão do vírus, além da possibilidade de resistência à medicação.
O HIV ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças.
Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.
Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção.
O HIV é o vírus causador da Aids. Já a Aids é o estágio mais avançado desta infecção.
Até o momento, não há cura para o HIV ou para a Aids, mas a pessoa diagnosticada pode ter melhor qualidade de vida se obtiver o tratamento adequado.
Quais os meios de infecção?
- Sexo vaginal sem camisinha;
- Sexo anal sem camisinha;
- Sexo oral sem camisinha;
- Uso de seringa por mais de uma pessoa;
- Transfusão de sangue contaminado;
- Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
- Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
Formas de não contaminação:
- Sexo desde que se use corretamente a camisinha;
- Masturbação a dois;
- Beijo no rosto ou na boca;
- Suor e lágrima;
- Picada de inseto;
- Aperto de mão ou abraço;
- Sabonete/toalha/lençóis;
- Talheres/copos;
- Assento de ônibus;
- Piscina;
- Banheiro;
- Doação de sangue.
Diagnóstico
Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta a expectativa de vida. Pessoas que se testam com regularidade, buscam tratamento no tempo certo e seguem as recomendações ganham qualidade de vida.
Além disso, as mães que vivem com HIV têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto.
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, para facilitar a correta interpretação do resultado.
Em todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse período é chamado de janela imunológica.
A testagem rápida para HIV é gratuita, segura e sigilosa. É possível fazer o teste, que é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em qualquer Unidade de Saúde da Atenção Básica, nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e Serviços de Assistência Especializada (SAEs).
Tratamento
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico.
O Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 22 medicamentos, em 38 apresentações farmacêuticas.
Pessoas que seguem o tratamento adequado podem ter carga viral indetectável e deixar de transmitir o vírus pelo sangue, mantendo uma vida com mais qualidade.