O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que nove ensaios clínicos de tratamentos medicamentosos para a covid-19 estão sendo acompanhados pela pasta.
Em entrevista coletiva, nesta terça-feira (7), ele declarou que os primeiros resultados devem começar a ser publicados a partir do dia 20 de abril.
Segundo Mandetta, 5.000 pacientes com quadros leves, moderados e graves fazem parte dos estudos, que envolvem cerca de cem centros de pesquisa em todo o país.
Dentre os medicamentos testados estão: cloroquina, hidroxicloroquina + azitromicina, remdesivir, lopinavir + ritonavir, interferon beta-1B, hidroxicloroquina + dexametasona, tosilisumab, plasma convalescente, entre outros.
A mais falada nos últimos tempos tem sido a associação da hidroxicloroquina com o antibiótico azitromicina, mas nos Estados Unidos e na China, o remdesvir (antiviral usado contra o ebola) tem apresentado bons resultados também.
No entanto, a cloroquina/hidroxicloroquina tem efeitos colaterais que devem ser considerados e monitorados pelos médicos.
Mandetta exemplificou que 33% dos pacientes graves que receberam a cloroquina tiveram que ter o usod da droga suspenso porque apresentaram efeitos adversos, que podem ser desde arritmias, problemas renais, hepáticos, entre outros.
O plasma retirado do sangue de pacientes curados é outra alternativa que pode ser bem-sucedida, já que eles possuem anticorpos capazes de, eventualmente, ajudar pessoas em estado grave.]
Cloroquina/hidroxicloroquina
A cloroquina é um medicamento aplicado em pacientes contra malária. Já a hidroxicloroquina, uma versão com menos efeitos colaterais, é receitada para algumas doenças autoimunes, como lúpus.
Remdesivir
O remdesivir é uma droga relativamente nova, foi criada por um laboratório norte-americano para o tratamento de pessoas infectadas pelo vírus ebola. Foi, recentemente, incluído em testes nos EUA e na China contra a covid-19.
Lopinavir + ritonavir
Os antirretrovirais lopinavir + ritonavir são usados por pacientes com HIV. No entanto, um estudo publicado no periódico científico The New England Journal of Medicine, realizados com pacientes chineses, mostrou que o coquetel falhou no combate ao coronavírus.
Interferon
O interferon beta-1B é uma droga usada para o tratamento de esclerose múltipla, por atuar no sistema imunológico, e que ajuda a paralisar a atividade de alguns tipos de vírus.
Na China, este medicamento, desenvolvido em parceria com o governo cubano, apresentou bons resultados em ensaios clínicos com pacientes infectados pelo coronavírus.
De acordo com um artigo publicado na revista Science, “o interferon-beta é uma molécula envolvida na regulação da inflamação no corpo que também mostrou um efeito em saguis infectados com MERS [outro tipo de coronavírus que causou uma epidemia em 2012]”.
Tosilisumab
O tosilisumab é um imunossupressor usado em pacientes com artrite reumatoide e atrite idiopática. A China e a Itália testaram a droga em pacientes graves, com resultados ainda inconclusivos.