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Capangas de Arcanjo sequestraram e extorquiram para evitar concorrência no jogo do bicho em Juara

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O delegado Luiz Henrique Damasceno, da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz), explicou durante entrevista coletiva, nesta quarta-feira (29), que os capangas do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, preso na ‘Operação Mantus’, sequestraram e extorquiram um concorrente que tentou fazer o mesmo ‘serviço’ em Juara.

“Ia se implantar a concorrência em Juara. Porém, dois homens, do pessoal do Arcanjo, foram até o hotel e sequestraram a vítima (Fábio Plitz), que trabalhava para a FMC Elo, que é a empresa do Frederico Muller Coutinho. Utilizaram o mesmo modus operandi de antigamente. Disseram que eram policiais, jogaram-no no chão e depois levaram para o mato”, disse o delegado.

Depois, os capangas de João Arcanjo Ribeiro teriam exigido que a vítima apresentasse as maquininhas utilizadas no jogo do bicho, funcionando como um tipo de pagamento de resgaste. “Obrigaram que ele não voltasse mais para a cidade e que não implantasse a concorrência. Este rapaz era de Rondônia, foi ouvido e reconheceu um dos líderes do Arcanjo”, pontuou o delegado.

Por conta dos fatos, o delegado também afirma acreditar que a denúncia feita por um bicheiro, que teria sido agredido pela equipe de Arcanjo, seja verdadeira. “Ficou demonstrado que aquilo era verdade”.

Denúncia de bicheiro

De acordo com a denúncia, quando estava preso Arcanjo daria ordens através de seu genro. Porém, quando solto, retornou ao total comando. Um concorrente do ex-bicheiro teria introduzido o jogo do bicho em alguns pontos de Mato Grosso e Arcanjo e sua quadrilha, com objetivo de dominar o mercado novamente, supostamente teriam ameaçado de morte os concorrentes.

Alberto Jorge Toniasso teria sido ‘convidado’ a ir até o escritório onde Arcanjo trabalha atualmente. Ele disse que chegando lá foi obrigado a entregar a máquina de apostas, que foi lançada no chão e destruída. Ainda teria sido advertido que não poderia continuar atuando, já que a ‘Colibri’ seria a dona do mercado.

Nesta mesma data, o vendedor teria sido agredido dentro da sala e depois obrigado a sair de carro com algumas pessoas, entre elas um dos seguranças de João Arcanjo.

“Menos burro…”

João Arcanjo Ribeiro foi chamado ao Fórum de Cuiabá para dar explicações sobre os supostos novos crimes cometidos por ele após sua soltura.

Uma denúncia anônima, feita por meio de um documento de três páginas, acusa João Arcanjo Ribeiro de ter retornado ao comando do jogo do bicho em Cuiabá, além de andar com seguranças armados, fazer ameaças de morte a concorrentes e ainda ter ordenado que seus capangas explodissem um veículo.

“Eu posso ser tudo dessa vida, mas não sou bobo nem burro, estou estudando, trabalhando”, disparou o ex-bicheiro, quando questionado acerca das denúncias.

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