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Economia brasileira cresce 0,4% no 2º trimestre, mas não engata retomada

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A economia brasileira apresentou alta de 0,4% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro trimestre, na série com ajuste sazonal, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira, 29. O resultado reflete a fraca atividade econômica do país, que não conseguiu ensaiar uma retomada de fôlego após ter registrado retração de 0,1% nos primeiros três meses de 2019 – valor revisado pelo instituto, que havia divulgado anteriormente recuo de 0,2% para o período. Em valores correntes, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre totalizou 1,780 trilhão de reais. Nos primeiros seis meses do governo Bolsonaro, o PIB acumulado é de 0,7%.

Apesar de fraco, esse resultado do PIB afasta o risco de uma recessão técnica, termo usado por economistas quando há resultado negativo por dois trimestres seguidos. Na prática, a recessão técnica significaria um sinal de alerta de que algo não vai bem com a economia do país. Ainda, no entanto, não se trata de uma recessão de fato, quando é vista uma situação econômica mais deteriorada.

O resultado do 2º tri foi influenciado pela expansão das indústrias de transformação (2%) e construção (1,9%). Já as indústrias extrativas registraram recuo (-3,8%) no período. “Juntas, as indústrias de transformação e construção respondem por cerca de 70% do setor. Além disso, a indústria de transformação tem peso no segmento de bens de capital, que contribuem para os investimentos internos e externos”, explica a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio.

O setor de serviços teve avanço de 0,3%, com resultados positivos foram das atividades imobiliárias (0,7%), comércio (0,7%), informação e comunicação (0,5%) e outras atividades (0,4%). O setor agropecuário segurou um avanço maior da economia brasileira, com queda de -0,4% no período.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, a economia apresentou alta de 1%. O Produto Interno Bruto é o principal indicador para medir o crescimento da economia de um país. O índice soma todos os bens e serviços finais produzidos em um determinado período de tempo na moeda corrente do local.

Com o resultado decepcionante do primeiro semestre, o desempenho dos últimos seis meses de 2019 passa a ser decisivo para o crescimento deste ano e, sobretudo, para 2020. Segundo o mais recente Boletim Focus, do Banco Central, economistas estimam que o PIB deva avançar apenas 0,8% neste ano – abaixo do crescimento dos últimos dois anos.

Há tempos a economia brasileira não apresenta um avanço significativo. Tanto em 2018 como em 2017, o PIB foi de 1,1%. Em 2016 e em 2015, a economia teve retração, de 3,3% e de 3,5%, respectivamente. Devido a sinais de desaceleração de indicadores econômicos desde o início deste ano, bancos e consultorias passaram a cortar sistematicamente as projeções de crescimento para este ano.

Os cortes das projeções levam em conta, principalmente, a falta de articulação do governo para acelerar a aprovação da reforma da Previdência no Congresso Nacional, além da dificuldade do Planalto em implementar medidas que possam estimular a atividade econômica. A aprovação de reformas, tanto da Previdência como tributária, adicionada a medidas de estímulos, poderiam trazer de volta a confiança de empresários e consumidores e, consequentemente, das decisões de investimentos.

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