O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje (1º) que a economia brasileira está em processo de recuperação em V. Ele participa de audiência pública virtual da Comissão Mista do Congresso que acompanha a situação fiscal e execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas ao novo coronavírus (covid-19).
Recuperação em V é um termo usado por economistas para relatar uma retomada intensa depois de uma queda vertiginosa na atividade econômica.
Hoje (1º), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informou que o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, teve queda de 9,7% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior.
O PIB caiu 11,4 % na comparação com o segundo trimestre de 2019. Ambas as taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996. No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho, houve queda de 2,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores segundo os dados divulgados pelo instituto.
O ministro destacou que abril foi o “piso” da retração da economia brasileira por influência da pandemia de covid-19. “Vamos supor que o PIB seja 100. Se ele cai para 85, depois volta para 90, depois volta para 95, em média, ele foi 90, e você registra uma queda de 10% do PIB. Mas, mais importante do que essa média sobre média é observar que em abril foi o piso – é como se fosse 85. Maio já é 90, junho já é 95. Então, a economia já começa a retomada em V. Mas o registro do segundo trimestre ainda é uma queda de 10%, o que aliás é o que todo mundo previa: queda do PIB de 10%”, disse.
Ele destacou ainda que a queda de 9,7% “é um som distante”. “Isso é o som daquele impacto da pandemia lá atrás, e é onde o Brasil ficaria caso não tivéssemos feito exatamente – nós, junto com o Congresso – todas as medidas que fizemos. Com essas medidas que fizemos, conseguimos criar uma volta em V, a economia está voltando em V”, ressaltou.
Projeções
Guedes disse ainda que as estimativas de analistas para a queda da economia estão melhorando. “Acho que daqui até o fim do ano, pode ser que [a previsão de queda] caia mais ainda. A verdade é que [a atividade econômica] está voltando; e está voltando com dois dígitos [de crescimento]. Crédito está vindo com dois dígitos, consumo de energia elétrica está vindo com dois dígitos, notas fiscais eletrônicas estão vindo com dois dígitos. Está vindo tudo devagar, voltando. Está tudo voltando. Pode ser que no final do ano, a queda da economia brasileira seja de 4%, 4,5% ou até um pouquinho menos. Não sabemos ainda”, afirmou.
Para o ano que vem, o ministro disse que se o país continuar a fazer reformas será possível destravar investimentos e a economia voltará a crescer. “Se este ano estamos caindo 3,5%, 4%, 4,5%, poderemos ser surpreendidos com um crescimento dessa mesma magnitude no ano que vem. Poderemos estar crescendo 3%, 3,5%, 4%, 4,5%. Só depende do nosso ritmo de reformas”, afirmou, citando as reformas administrativa e tributária.